A desigualdade com base no género continua a ser uma realidade. Segundo um relatório divulgado recentemente pelo Fórum Económico Social, serão necessários 202 anos para que exista plena igualdade nas oportunidades económicas entre homens e mulheres.
Apesar dos tímidos avanços, a desigualdade com base no género continua a ser uma realidade global. Na Europa Ocidental são necessários 61 anos para que exista plena igualdade de género. Segundo o relatório sobre Desigualdade de Género, divulgado pelo Fórum Económico Social, Portugal caiu quatro posições quando comparado com o ano passado e surge agora no 37º lugar no ranking mundial, entre 149 países.
Segundo o Dinheiro Vivo, o estudo tem em conta fatores como o empoderamento político, a igualdade nos salários, na saúde e na educação. A Islândia voltou a ocupar o primeiro lugar, em segundo a Noruega, seguindo-se a Suécia, Finlândia, Filipinas, Irlanda, Nicarágua, Ruanda e Namíbia.
No que diz respeito aos salários, este é um dos campos onde a desigualdade entre homens e mulheres continua a ser mais preocupante. Segundo o relatório, serão necessários 202 anos para que exista plena igualdade nas oportunidade económicas entre homens e mulheres. Portugal surge com uma das piores posições: 103 em 149.
De acordo com os dados mais recentes do Eurostat sobre o designado gender pay gap, a diferença é de 16,2%, o que representa 59 dias de trabalho pago.
Mas é no envolvimento na política que a desigualdade entre géneros é mais gritante. Nos últimos 50 anos, o tempo médio de atividade de uma mulher como primeira-ministro ou chefe de Estado foi de pouco mais de dois anos. Em 149 países, há apenas 17 mulheres a ocupar cargos de chefes de Estado ou de Governo.
O documento revela ainda que, entre todos os dirigentes do mundo, apenas 34% são mulheres. Neste critério o panorama agrava-se nos países do Médio Oriente e Norte de África e, de forma global, serão necessários 107 anos para atingir a plena igualdade neste campo.
Na educação, a desigualdade entre homens e mulheres tem vindo a diminuir. Segundo o relatório, terá apenas de se ultrapassar uma margem mínima de 5% para atingir a plena igualdade de género neste setor. Ou seja, em apenas 14 anos, será possível acabar com as desigualdades na educação a nível global.