Um novo estudo concluiu que os invasores espanhóis foram obrigados a aprender com os indígenas da Mesoamérica sobre a produção de cobre.
Descobertas arqueológicas em El Manchón, no México, apoiam a ideia de que invasores espanhóis, desesperados por artilharia de bronze, regatearam, subornaram e subjugaram povos indígenas para obter conhecimento sobre metalurgia, avança o site Science Alert.
Há muito tempo que arquivos históricos de Portugal e Espanha sugerem que isso aconteceu. Segundo os investigadores, os espanhóis, que chegaram a esta parte do mundo no início do século XVI, não tinham conhecimento sobre fundição de cobre e, portanto, foram forçados a confiar no inimigo que estavam a tentar colonizar.
Agora, os investigadores encontraram evidências arqueológicas que “fornecem um exemplo singular”: “Um design de um forno de fole circular acionado à mão que forneceu uma opção técnica altamente bem-sucedida e duradoura para aumentar drasticamente o volume da produção de cobre”, escreveram os autores do estudo publicado, em março, na revista científica Latin American Antiquity.
Segundo o mesmo site, este é o único exemplo arqueológico existente deste projeto em particular, embora exista uma ilustração num museu desta região mexicana.
“Os mexicanos ocidentais já haviam desenvolvido o conhecimento técnico para fundir esses minérios metálicos. O que mudou drasticamente foi a escala da produção de cobre, possibilitada pela introdução de foles europeus”, explicam os investigadores.
Usando quatro linhas de investigação, incluindo história, análise de engenharia, dados arqueológicos e dados etnográficos, a equipa documentou mudanças na tecnologia de produção de cobre nesta parte do mundo ao longo de dois séculos.
A nova investigação sugere que a região pode tê-lo feito durante mais de 400 anos, abrangendo períodos pré-hispânicos e o período colonial.