Espanha volta a chegar-se à frente pela paz

Mariscal / EPA

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez

O Governo espanhol reuniu, esta sexta-feira, em Madrid, países europeus e árabes para tentar avançar num processo de paz no Médio Oriente e “passar das palavras aos atos” na aplicação da solução dos dois Estados (Israel e Palestina).

A Espanha chegou-se à frente e reuniu países europeus e árabes para começar a resolver o conflito no Médio Oriente.

Esta sexta-feita, estiveram na “Reunião de Madrid – Pela aplicação dos dois Estados” o responsável da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, assim como ministros e outros representantes da Autoridade Palestiniana, Liga dos Estados Árabes, Organização de Cooperação Islâmica, Turquia, Egito, Arábia Saudita, Qatar, Jordânia, Bahrein, Eslovénia, Noruega, Irlanda e Espanha.

Espanha, Eslovénia, Irlanda e Noruega são quatro países europeus (os três primeiros também membros da UE) que avançaram em maio passado com o reconhecimento formal da Palestina como Estado, desatando críticas por parte de Israel.

“Hoje em Madrid avançamos para impulsionar uma voz conjunta europeia, árabe e islâmica unida em torno da aplicação da solução dos dois Estados e reforçar a nossa coordenação, tendo em vista momentos e reuniões das próximas semanas em que se decidirá o futuro da região”, incluindo a Assembleia-Geral das Nações Unidas e encontros ministeriais paralelos, em Nova Iorque, no final deste mês, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) espanhol, José Manuel Albares.

O ministro realçou, numa curta conferência de imprensa em Madrid, que este grupo de países e organizações considera que a aplicação da designada solução dos dois Estados é “o quadro imprescindível” de atuação para ser possível uma paz duradoura no Médio Oriente e que o encontro de hoje é motivado “por uma clara vontade de passar das palavras aos atos” e “conseguir avançar para um calendário claro para a sua efetiva aplicação”.

Albares insistiu em que é necessária uma “ação firme da comunidade internacional contra quem, de um lado e outro, procura dinamitar a solução dos dois Estados, perpetuar o conflito e estender a violência” no Médio Oriente e, em especial, na Faixa de Gaza, o território palestiniano que há quase um ano é cenário de uma operação militar de Israel em que já morreram mais de 40 mil pessoas.

Israel não foi convidado

O MNE espanhol – que foi o único dos participantes na reunião a falar aos jornalistas – explicou que Espanha convidou para este encontro países europeus “que têm estado mais comprometidos” com a aplicação da solução dos dois Estados, a União Europeia e países europeus e do Grupo de Contacto Árabe-Islâmico para Gaza.

“Israel não foi convidado porque não pertence a nenhum destes grupos”, justificou Albares, numa resposta a uma pergunta dos jornalistas, antes de acrescentar que gostaria que o governo israelita se sentasse em todas as mesas onde se fala de paz e da aplicação da solução dos dois Estados.

Questionado sobre a presença no grupo de hoje de países árabes que não reconhecem o Estado de Israel, como a Arábia Saudita ou o Qatar, Albares disse, que da mesma forma que Espanha reconheceu o Estado palestiniano, Madrid é “favorável à normalização das relações entre todos os países árabes e Israel”.

José Manuel ALbares foi o anfitrião da reunião de Madrid, mas antes do encontro todos os participantes foram recebidos na sede do Governo espanhol pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que não fez declarações.

No início desta semana, Pedro Sánchez já tinha feito um apelo à paz, na China, onde afirmou que a UE deve reconsiderar as taxas sobre carros elétricos chineses, a fim de evitar uma guerra comercial com a superpotência asiática.

Agora, o Governo espanhol volta a “chegar-se à frente” pela paz, numa das questões internacionais mais urgentes da atualidade.

ZAP // Lusa

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