Espanha. Pai e filho tentam salvar outra filha e morrem todos afogados em piscina

Um pai e os dois filhos – um rapaz de 16 anos e uma rapariga com nove – morreram afogados na passada terça-feira, véspera de Natal, na piscina de um complexo balnear na zona de Mijas, perto de Málaga.

Segundo noticiou o Mundo, citado pelo Observador, o pai e o filho adolescente morreram ao tentar salvar a rapariga, que começou a ter problemas durante uma brincadeira com outra menina. A Guardia Civil está a estudar a hipótese de o afogamento estar relacionado com falhas no sistema de filtragem da piscina, que fica no resort Club La Costa World.

As autoridade terão recebido o alerta por volta das 13:30 (hora local), avisadas sobre três pessoas inconscientes na referida piscina. Foram enviadas unidades de salvamento, mas, quando chegaram ao local, as três vítimas – pai teria 53 anos, o filho 16 e a irmã mais jovem nove – já estavam sem vida.

De acordo com o Observador, a família britânica estava de férias no resort, onde previa ficar hospedada naquela zona entre 21 e 28 de dezembro. Outros membros, que os acompanhavam, tiveram de receber assistência psicológica.

Fontes citadas pelo País contaram que a rapariga estava a nadar com uma amiga na piscina quando se sentiu mal disposta e não conseguia sair da água. O pai e irmão tentaram ajudar, sem sucesso. Ainda houve tentativas de reanimação, insuficientes.

Os investigadores da Guardia Civil estão a reunir provas que, tudo indica, parecem indicar que o sistema de filtragem da piscina foi o fator que desencadeou esta tragédia.

Os agentes da Unidad de Policía Judicial ao Grupo Especial de Actividades Subacuáticas (GEAS) para avaliar o sistema de filtragem e saber se este poderia ter sugado a rapariga e dificultado o resgate. Os especialistas descobriram peças de roupa que podem ser das vítimas e retiraram também amostras de água para serem analisadas.

Um trabalhador do hotel, que estava a passar pela zona da piscina, relatou que se atirou imediatamente para a piscina quando viu a situação e teve muita dificuldade em sair.

Aquaparque do Restelo

Confirmando-se que o sistema de filtragem da piscina possa estar na origem do ocorrido, esta não seria a primeira situação do género. Em 1993, duas crianças morreram no período de 48 horas no Aquaparque do Restelo, em Lisboa.

Como noticiou o Correio da Manhã, o espaço, que abriu em 1989, fechou as portas após as mortes, que decorreram a 27 e 29 de julho. A primeira vítima, de nove anos, foi dada como desaparecida, com as autoridades tendo admitido a possibilidade de rapto. Dois dias depois, quando um menino, também de nove anos, desapareceu, a hipótese foi afastada.

As duas crianças foram, na verdade, sugadas por dois tubos diferentes, que não tinham redes de proteção. O sistema de segurança tinha sido instalado nesse mesmo ano. Quando os dois corpos foram encontrados, as grelhas tinham sido colocadas no sítio certo, não se sabendo, até hoje, quem as terá colocado.

A descoberta dos corpos das duas crianças causou revolta popular, com os manifestantes a exigir explicações à administração do Aquaparque, que, naquela altura, garantiu não existirem problemas nos equipamentos.

Um ano depois, os pais do menino avançaram com uma ação contra o Estado, por omissão de legislação específica para o funcionamento de parques aquáticos. A batalha chegou ao fim passados dez anos, com os administradores e técnicos do Aquaparque condenados por homicídio por negligência e o Estado a pagar aproximadamente 600 mil euros.

Quatro anos após a tragédia foi criada uma legislação específica para o funcionamento dos parques aquáticos.

Em julho deste ano, o vereador do Ambiente e da Estrutura Verde da Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, avançou que o espaço do aquaparque, abandonado durante quase três décadas, abriria como parque infantil em outubro.

ZAP //

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