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Escolas com menos de 15 alunos afinal são só 10%. Estudo vai ser revisto

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O relatório recentemente divulgado que revelava que 40% das escolas do 1º ciclo têm menos de 15 alunos estará errado — e vai ser revisto. Novos cálculos feitos com base no Infoescolas apontam para que haja afinal apenas 10% de estabelecimentos com menos de 20 estudantes.

Os dados do estudo “Necessidades de Professores: déficit ou ineficiência na gestão da oferta de ensino?”, publicado na segunda-feira, poderão estar grosseiramente errados.

Realizado pela Edulog, think tank da Fundação Belmiro de Azevedo que visa melhorar o sistema de educação em Portugal, o estudo analisou a gestão da rede escolar do Ensino Público, bem como a organização dos tempos escolares, o rácio alunos por professor e a forma como são constituídas as turmas.

Coordenado pelo antigo ministro da Educação David Justino, o estudo conclui que a falta de professores nas escolas resulta da “ineficiência na gestão dos recursos humanos“, e considera que “existe uma elevada discrepância na distribuição dos alunos”: 40% das escolas têm menos de 15 alunos e 26% têm menos de dez”.

Mas no Ensino Secundário, “o cenário é ainda mais alarmante, com mais de 60% das ofertas de cursos profissionais das escolas públicas a registarem menos de 15 alunos, o que representa um desperdício de recursos, sobretudo de professores e de dinheiros públicos”, aponta o estudo da Edulog.

Em termos de distribuição dos alunos por turma, o estudo conclui que existe “um desalinhamento significativo entre as normas e critérios definidos pelo Ministério da Educação para a constituição de turmas e a realidade existente”.

Mas, de acordo com contas feitas pelo Público, a percentagem de escolas com menos de 15 alunos ronda apenas os 10%: com base nos dados disponíveis no Infoescolas, portal com dados estatísticos do Ministério da Educação, cerca de 350 entre pouco mais de 3300 as escolas com menos de 20 alunos.

O autor do estudo já admitiu o erro. Em declarações ao Público, David Justino assumiu que o think tank está a rever os dados em relação à dimensão das escolas, “dado que houve contabilização dupla ou tripla nalguns casos“, dando origem a uma sobreposição na contagem das escolas.

Uma fonte oficial do Edulog disse também entretanto ao Expresso que “está em curso uma rigorosa revisão dos dados” publicados no estudo.

Em comunicado a que o semanário teve acesso, o movimento Missão Escola Pública admite a sua “estupefação perante os números anunciados” e diz que este ponto do estudo está errado, remetendo para a consulta dos dados no Infoescolas.

ZAP //

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