Escola nos EUA serve pratos de inspiração africana para que mais alunos se entusiasmem com o almoço

Uma secundária em Portland, nos Estados Unidos, está a incluir sabores norte-africanos nos almoços escolares servidos na cantina, numa medida que tem como objetivo tornar a escola mais inclusiva.

Na cozinha da Deering High School, Khadija Ahmed mostrou aos funcionários como cozinhar uma refeição que não se encontra frequentemente nas ementas escolares: frango e guisado de couve, um prato comum nos países do norte de África.

Ahmed, que é da República Democrática do Congo, trabalha no Good Shepherd Food Bank e tem um negócio de entregas de mercearia africana. Segundo o The World, foi também o responsável por criar as receitas para este esforço distrital de alargar as opções de refeições nas cantinas escolares.

Todos os dias, milhões de estudantes nos Estados Unidos comem refeições gratuitas ou de baixo custo oferecidas no âmbito do Programa Nacional de Almoço Escolar. As ofertas têm de obedecer a diretrizes nutricionais, mas muitas vezes falta-lhes uma certa imaginação. Em alguns distritos, contudo, isso está a começar a mudar.

O Maine pode parecer um local improvável para testar almoços escolares baseados em cozinhas regionais africanas, uma vez que ainda é o estado mais branco do país, de acordo com os Censos de 2020.

No entanto, Portland, a maior cidade do estado, é o lar de um número crescente de imigrantes de Angola, República Democrática do Congo, Burundi e Ruanda.

“A razão pela qual queríamos iniciar este projeto era para dar atenção à própria escola e à sua diversidade, mas também à refeição escolar”, disse Mercia Ckaba Thomas da Cultivating Community, uma organização sem fins lucrativos local de alimentação e agricultura que surgiu com a ideia para este projeto.

Thomas nasceu no Gabão, mas frequentou a escola em Portland, onde comia muitos cachorros-quentes e peixe panado. Este semestre, o distrito deu aos estudantes do ensino secundário a oportunidade de provar três novos pratos: feijão vermelho com carne de vaca condimentada e couve, grão-de-bico e frango com arroz amarelo, e guisado de frango e couve.

Lily Chaleff, gestora do programa escolar e juvenil da Cultivating Community, disse que diversificar as opções de refeição escolar é mais do que apenas representação. “As refeições escolares, tanto o pequeno-almoço como o almoço, são uma enorme [parte] da segurança alimentar”, justificou.

Chaleff liderou este projeto e disse que um dos objetivos era reduzir o estigma associado às refeições escolares, oferecendo opções com as quais todos podem ficar entusiasmados.

A responsável espera também que o distrito possa começar a incorporar carne halal – que é preparada de acordo com as leis alimentares islâmicas – nos seus pratos. Esse passo ajudará a assegurar que os estudantes muçulmanos têm o mesmo acesso aos programas de nutrição escolar.

ZAP //

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