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Pode ser o momento para “equacionar a adoção do voto obrigatório”

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José Goulão / Wikimedia

D. Duarte Pio, Duque de Bragança e pretendente ao trono de Portugal.

D. Duarte Pio não a considera “a solução ideal”, mas justifica-a com a abstenção e distanciamento dos jovens face à política.

O pretendente ao trono português, Duarte Pio, defendeu este sábado que se deve equacionar a adoção do voto obrigatório em eleições para combater a “forte abstenção” e “a desilusão” dos portugueses em relação à política.

“Os mais recentes atos eleitorais mostram um elevado descontentamento do eleitorado relativamente às forças políticas tradicionais”, refere a mensagem do duque de Bragança, por ocasião do aniversário da restauração da independência de Portugal, lida esta noite no “jantar dos conjurados”, que decorre na véspera do feriado nacional.

Segundo Duarte Pio, a forte abstenção dos portugueses em todos os atos eleitorais mostra descontentamento e “desilusão por parte dos cidadãos”, sinais que considera “visíveis nas gerações jovens, que não se sentem representadas”.

Por isso, e porque a situação “poderá degenerar em consequências graves no futuro”, Duarte Pio admite que este poderá ser “o momento para, em Portugal, se equacionar o voto obrigatório ao mesmo tempo que as instituições do regime se reabilitam e moralizam”.

Embora considere que não é “a solução ideal”, o duque de Bragança defende que a medida “poderá contribuir para o aumento do interesse dos portugueses pela causa política”.

Na sua mensagem, o pretendente ao trono português diz estar preocupado com “uma debandada dos jovens para o estrangeiro por falta de condições de vida, considerando que o país está a “deixar escapar” um “ativo muito valioso”. No mesmo sentido, defende a adoção de políticas que defendam as famílias e promovam a natalidade, “através de medidas de apoio social, inteligentes”.

Além disso, Duarte Pio deixa também uma crítica velada ao facto de o debate sobre a eutanásia regressar ao parlamento no próximo ano, na sequência de projetos que os partidos Bloco de Esquerda, PAN e PS pretendem apresentar.

“Para além de se verificar uma dramática baixa de natalidade em Portugal, vemos agora uma perversa lógica de facilitar e antecipar a morte, ao invés de se promoverem os cuidados paliativos que permitem um fim de vida tranquilo e natural”, critica.

Duarte Pio lamenta que os portugueses assistam “por todo o lado às limitações do Estado”, seja através de “intermináveis listas de espera para consultas, cirurgias e outros atos médicos”, seja por “notícias de situações de negligência por parte de estruturas do Estado em Tancos, em Pedrógão ou no rio Tejo”, ou ainda por “situações de corrupção” das “chamadas elites” que não têm consequências, porque a justiça é “demasiado lenta”.

O duque de Bragança considera ainda “pouco explicável a situação de degradação das forças de segurança”. Apesar de sublinhar o “tanto [que estas forças] têm dignificado Portugal”, Duarte Pio lamentou o “desinteresse crescente” de que têm sido alvo.

Outro dos assuntos a que defende dever ser dada atenção é o das mudanças climáticas, referindo que “o pensamento monárquico dá prioridade aos valores permanentes da pátria, enquanto outros estão mais preocupados em manter o poder nas próximas eleições”.

Apesar das preocupações, Duarte Pio acredita que Portugal “continua a ser um país aberto ao mundo”, onde muitas empresas querem investir, e que tem “uma enorme capacidade de acolhimento de comunidades de imigrantes.

“Numa fase da Europa em que existe uma crise dos refugiados e em que poderes europeus pouco fazem para a resolver, quero saudar a figura do indefetível monárquico que foi Aristides Sousa Mendes que, contrariando instruções recebidas, salvou a vida a muitos milhares de refugiados que procuravam escapar ao holocausto”, conclui.

ZAP // Lusa

7 Comments

  1. Senhor D.Duarte não é a Justiça que é lenta, é ajustiça que anda de braço dado com os políticos com uns mais com outros menos mas não deixa de ser de braço dado, sobre a Abstenção não vais ser o voto obrigatório que vai dar legitimidade aos partidos se o voto passar a ser obrigatório pode-se votar em branco, o problema mas parece que o senhor também não está interessado em ver, é os eleitores terem deixado de acreditar e confiar nos políticos, é ver nas campanhas eleitorais como eles lavam a roupa suja uns dos outros, mas sobre Portugal o que se propõem fazer e como concretizar o que propõem, passam o tempo a chafurdar uns nos outros, basta ver a A.R. mais parece uma taberna.

  2. Ó sr. conde, qual é a diferença o voto ser obrigatório e a maioria das pessoas votarem em branco ou um voto nulo, com uma cruz de cima abaixo por exemplo?|

  3. E quem quer saber da opinião deste totó inútil/parasita?!
    Que esteja caladinho, senão pode dar muito nas vistas e pode-se acabar a mama em que vive à custa dos portugueses!…
    Já ontem era tarde…

  4. Por acaso temos alguns exemplos de paises onde o voto é obrigatório e que podemos analisar. veja-se o caso do Brasil, e que bem que os brasileiros estão.
    Ironias á parte, não iria mudar nada. Este senhor vive, tal como a maioria dos nossos politicos formados nas juventudes partidárias, numa realidade diferente dos restantes portugueses.
    Não têm qualquer noção de decência e honestidade, os exemplos que dão como representantes são do piorio, e aprovam leis que os defendem e lhes dão direitos e regalias superriores aos restantes membros da sociedade.
    É aqui que está o mal. É aqui que algo tem de ser feito. É provar que quem abusa do poder e que quem desperdiça o dinheiro dos contribuintes é punido sériamente.
    E os politicos têm de uma vez por todas pensar a longo prazo e juntarem-se com esse intuito. Quando deixarmos de ter a profissão de politico, e esta tarefa passar a ser um hobby, mesmo renumerada, quando deixarmos de ter tantos postos de trabalho (vulgo tachos) dependentes da quantidade de votos, talvez se possam adoptar estratégias e aprovar projectos para um futuro em todos venhamos a lucrar, nem que seja para os nossos filhos ou netos.
    O voto que dantes era proibido e que deu muita luta para ser liberalizado e acessível a todos, passar a ser obrigatório não é certamente a forma de motivar os cidadãos a exercerem os seus direitos em plena consciência, e a serem mais intervenientes na vida politica.

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