Esquema de envenenamento pode ter sido criado pela Rússia, antes da guerra

Em and Ernie / Flickr

Kremlin

Críticos do Kremlim foram vítimas de envenenamentos e de arrombamentos. Dois dos casos são muito recentes e tudo estará relacionado. FBI investiga.

Uma investigação exaustiva sugere que houve uma série de envenenamentos e arrombamentos a críticos do Governo da Rússia, que começou ainda antes do início da guerra na Ucrânia.

O relatório da agência de notícias independente russa Agentstvo deixa a ideia de que todos esses episódios estão relacionados e que as pessoas que os realizaram podem estar ligadas aos serviços de inteligência russos.

Pelo menos quatro pessoas apresentaram sintomas compatíveis com envenenamento, ou viram as suas casas serem arrombadas.

Alexei Navalny é o caso mais conhecido, mas há anos que se suspeita que quem critica Putin é silenciado, directa ou indirectamente, pelo Kremlin. Entre alegados envenenamentos, tentativas de assassinato, perseguições e invasões ao domicílio.

O Governo liderado por Vladimir Putin considera que essas pessoas são traidoras, ou potenciais terroristas.

Neste relatório mais recente, o primeiro caso remonta a 2021, meses antes do início da guerra: John Herbst, ex-embaixador dos EUA na Ucrânia e crítico de Putin, apresentou sintomas de envenenamento. O FBI iniciou uma investigação – e não se sabe como está Herbst.

No ano passado Hristo Grozev, jornalista de investigação, estava no Montenegro, numa conferência entre jornalistas sobre a Rússia – o seu quarto de hotel foi invadido enquanto o jornalista estava longe do hotel. Suspeita-se que piratas informáticos conseguiram ter acesso a informações nos aparelhos pessoais do jornalista.

O mesmo Grozev, já em Fevereiro deste ano, admitiu que nunca mais vai para a Áustria (onde morava). Fica nos EUA porque percebeu: “Há evidências claras de que a minha vida está em perigo“.

Os dois últimos casos ocorreram na República Checa, mais recentemente.

No início deste mês, Natalia Arno, que lidera a Fundação Rússia livre, sentiu um forte mal-estar quando estava em Praga a falar sobre a situação na Rússia. Pouco antes do início dos sintomas, Arno descobriu que a porta do seu quarto de hotel estava aberta e havia um cheiro estranho no quarto, semelhante ao de um “aroma de perfume barato”.

Já nos EUA, foi para o hospital – e o FBI ficou a par desta situação e também está a investigar este caso, analisando materiais biológicos e materiais, incluindo roupas e outros itens que estavam com Arno nessa viagem.

Na mesma reunião de Praga, esteve presente uma jornalista russa – que sentiu sintomas estranhos mesmo antes do momento de entrar na conferência.

ZAP //

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