Bobo Boom / Flickr
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O curso de Educação Básica terá mais 20% de vagas disponíveis. Para Medicina também há mais vagas, mas sobretudo para estudantes internacionais.
Ainda antes das inscrições nos exames nacionais, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação divulgou o número de vagas de acesso ao ensino superior em 2025.
As universidades e institutos politécnicos oferecem este ano mais vagas nos concursos de acesso, disponibilizando 101.798 lugares em licenciaturas e mestrados integrados, segundo as listas divulgadas hoje que revelam um aumento de 20% em Educação Básica.
Entre instituições privadas e públicas, os alunos terão este ano mais 1.647 lugares, segundo os dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).
Três em cada quatro vagas são abertas em instituições públicas, que este ano disponibilizam 76.818 lugares (mais 691 do que no ano passado), enquanto as instituições privadas decidiram abrir 24.980 lugares (mais 956 do que em 2024).
Este ano, as vagas são divulgadas dois meses mais cedo, permitindo aos alunos conhecer a oferta de cada instituição antes de se inscreverem para os exames nacionais do secundário.
No geral, volta a haver um ligeiro aumento de vagas, destacando-se os cursos que dão acesso à profissão de professor: As vagas nos ciclos de estudo de Educação Básica aumentaram 20%, passando agora a haver 1.197 vagas (mais 204 que no ano passado).
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) alterou o diploma que define as orientações e limites na fixação de vagas para acesso e ingresso na Educação Superior em 2025, dando carta aberta às instituições para aumentar as vagas dos ciclos de estudo de Educação Básica sem qualquer limite além do limite máximo de admissões.
Com a fixação das vagas hoje divulgadas, as Instituições de Educação Superior (IES) podem também agora aumentar as vagas dos mestrados de formação de professores.
O ministro da Educação, Fernando Alexandre, já tinha revelado que haveria um aumento de lugares para os cursos que permitem aos alunos virem a ser professores, mas sem nunca avançar o número concreto, optando por dizer que também iria haver mais lugares para formar futuros médicos.
Os números hoje divulgados mostram que no próximo ano letivo haverá mais 130 vagas em Medicina do que no ano passado através dos concursos e regimes especiais de acesso, mas a maioria (86) será para estudantes internacionais que entrem através do concurso especial, uma possibilidade introduzida este ano pelo Governo “em resposta às solicitações das instituições”, sublinha a tutela.
“Para a disponibilização destes lugares adicionais, as instituições pediram aumentos do limite máximo de admissões, subindo o número total de vagas que podem ser oferecidas nos cursos de Medicina”, explica o MECI, garantindo que este aumento não prejudicou o número de vagas em Medicina através do Regime Geral de Acesso, que se mantém em 1.594.
No universo das cerca de 75 mil vagas das instituições públicas, 55.956 são fixadas através do Regime Geral de Acesso e as restantes 20.862 vagas são fixadas no conjunto dos concursos e regimes especiais de acesso.
Cursos de excelência com mais vagas
– Os alunos terão nos concursos de acesso ao ensino superior deste ano mais 432 vagas nos “cursos de excelência”, ou seja, aqueles cursos com médias de acesso mais elevadas.
Os cursos de excelência, assim designados por terem mais candidatos em primeira opção com nota igual ou superior a 17 valores, terão este ano 4.468 vagas, mais 432 do que no ano passado, segundo dados divulgados hoje pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).
A maioria destes cursos encontra-se nas universidades do Porto e de Lisboa, mas também há outros um pouco por todo o país, desde a Universidade do Minho, a Aveiro ou Coimbra.
Há vários anos que estes cursos, que deixam de fora muitos alunos com médias bastante elevadas, não podem reduzir o número de vagas e até lhes é permitido aumentar. Este ano, o crescimento é de 10,7%.
Outra das áreas em que a legislação impõe, no mínimo, a manutenção de vagas nos concursos nacionais são os cursos que visam as competências digitais: Este ano os alunos terão 9.414 vagas (mais 59 do que em 2024), segundo dados da DGES.
O despacho assinado pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, veio definir que os cursos de Medicina e formação de professores, que podiam aumentar até 10% a oferta, passam a ter como limite máximo de admissões o valores acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).
O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, comentou hoje a abertura de vagas para estrangeiros em Medicina: “Na área da Medicina, nós tínhamos uma situação estranha, era a única área onde nós não podíamos ter estudantes internacionais“, afirmou.
Vincando que Portugal “tem dos melhores cursos de Medicina a nível internacional”, o ministro disse não entender por que razão eles não podiam ser abertos a estrangeiros, embora “com limites, não pondo em causa as vagas dos estudantes nacionais”.
Para Fernando Alexandre, a abertura é uma forma, desde logo, de diversificar e internacionalizar os cursos e de conseguir mais receitas para as universidades, que “vão ter a possibilidade de cobrar propinas muito mais elevadas”.
“Estudantes que estejam a estudar aqui durante seis anos, provavelmente, vão ficar cá a trabalhar. E, por isso, vamos ter também a possibilidade de ter esse aumento da oferta de profissionais na área da saúde por esta via”, afirmou ainda.