O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil está a pedir aos associados que participem como voluntários em testes de sangue para medir os níveis de toxicidade nos voos do A330 -900 neo.
“Após todas as evidências de sintomas e situações de mal estar físico que têm sido registadas a bordo de alguns aviões da TAP, nomeadamente de alguns A330- 900 Neo, nos últimos meses, a direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) decidiu, pelos seus próprios meios, averiguar quais as causas que poderão estar na origem deste tipo de acontecimentos”, lê-se num comunicado a que o Expresso teve acesso.
Os testes para medir os níveis de toxicidade serão realizados por uma entidade independente externa à companhia aérea e vão decorrer em duas fases: a primeira em agosto, e a segunda em setembro.
A primeira fase contempla a medição do nível de oxigénio no organismo dos tripulantes em diferentes tipos de aeronave e nas diversas fases do voo dos A330-900. A estes tripulantes será entregue um oxímetro que medirá a saturação de oxigénio presente no sangue.
Por sua vez, a segunda fase será realizada em dois passos e serão feitas análises para exposição a agentes contaminadores que poderão propagar-se pelo ar da cabine da aeronave, como é o caso de organofosforados e de metais.
O sindicato reconhece que a TAP implementou algumas medidas mitigatórias do problema, sob indicação da Airbus, e que isso reduziu os episódios de sintomas de enjoos, mas não os extinguiu.
Para o sindicato, as medidas são “insuficientes para a resolução do problema” e, por esse motivo, a direção do SNPVAC decidiu recorrer a uma instituição credenciada, externa à companhia aérea, para que se possa descobrir o motivo que causa tais sintomas nos tripulantes”.
A TAP confirmou a existência de “casos pontuais de tripulantes com ligeiras indisposições”, que poderiam estar “associados a alguns odores do equipamento de ar condicionado“, comum em aviões novos.
A companhia de aviação assegura que “todas as análises feitas pela Airbus indicam que os parâmetros de qualidade do ar estão dentro do normal na indústria”, vincando que “nunca colocaria os seus clientes e trabalhadores numa situação de risco para a sua saúde”.