Vários episódios “anormais” de má disposição, enjoos e vómitos foram registados bordo dos novos aviões da TAP Airbus A330neo nos últimos meses, escreve a TSF.
De acordo com a rádio, que avança com a notícia nesta terça-feira, os sintomas atingiram vários tripulantes e passageiros, sendo considerados como “anormais” por três fontes.
Os casos que a companhia aérea prefere não contabilizar já foram comunicados à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e a um sindicato que até já foi ao fabricante, em França, a convite da TAP, falar com os engenheiros.
Segundo apurou a TSF, um destes casos ocorreu na semana passada, num voo para o Brasil. A fonte adiantou que os pilotos acabaram por aterrar de máscara, para garantirem que tinham o ar adequado, o que despertou alguma preocupação.
Fonte da área de segurança aérea explica que o problema pode estar relacionado com a renovação insuficiente do ar dentro do avião, o que faz com que este se degrade, causando indisposições no final de viagens longas. De acordo com a mesma fonte, a origem do avião deverá estar na forma como é feita a passagem do ar captado pelo motor para dentro da aeronave, um problema que já tinha sido reportado e que está a ser estudado pela Airbus.
Em declarações à TSF, a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), confirmou que já receberam cerca de uma dezena de relatos deste tipo. Os testemunhos são de tripulantes preocupados por “não se sentirem nas melhores condições físicas quando voam nestes aviões”, bem como de “alguns passageiros”.
“Fomos informados de que os relatos que tinham chegado da TAP estavam a ser analisados, tal como os motores e as medições, e que no final de julho haveria, eventualmente, conclusões, mas que até agora o que tinham conseguido apurar é que nada de extraordinário se passava e que os elementos recolhidos estavam dentro da normalidade e legalidade”, explicou a responsável.
“Indisposições pontuais”
Por sua vez, a TAP assegura que “todas as análises feitas pela Airbus com o apoio de laboratórios independentes indicam que os parâmetros de qualidade do ar estão dentro do normal na indústria”, vincando que “nunca colocaria os seus clientes e trabalhadores numa situação de risco para a sua saúde”.
A TAP confirmou “casos pontuais de tripulantes com ligeiras indisposições” em alguns voos dos seus A330neo, eventualmente associados a “alguns odores do equipamento de ar condicionado”, garantindo ser uma situação “normal em aeronaves novas”.
“Relativamente ao facto de, em algumas unidades novas do A330neo, poderem ter sido detetados alguns odores provenientes do equipamento de ar condicionado, é um facto considerado normal em aeronaves novas e que desaparece logo após as primeiras utilizações”, sustenta a companhia aérea, garantindo que “nunca colocaria os seus clientes e trabalhadores numa situação de risco para a sua saúde”, apontou em comunicado.
“O A330neo é um avião com todas as certificações por parte das autoridades nacionais e internacionais e totalmente apto para o serviço de transporte de passageiros em total segurança”, refere a companhia, salientando que “as cabinas da Airbus são projetadas e fabricadas de forma a prevenir qualquer tipo de contaminação do ar”.
As ocorrências estão a ser investigadas pela TAP e pela Airbus.
De acordo com a página oficial da TAP, a companhia portuguesa é a a primeira operadora do mundo a voar o novo A330-900neo, contando na sua frota com cinco aviões deste tipo que podem transportar até 298 passageiros.
“O A330-900neo é animado por um sistema de entretenimento e conectividade de última geração. Estas aeronaves são equipadas com motores Rolls-Royce Trent, sendo consideravelmente mais eficientes e consumindo em média menos 17% de combustível por cadeira que a geração anterior de aeronaves, resultando ainda numa redução muito significativa das emissões de CO2 e ruído”, pode ler-se na mesma página.