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Energia vulcânica dá milhões em Bitcoin. Está a acontecer em El Salvador

Ministério do Turismo de El Salvador

Cratera do vulcão Tecapa, El Salvador

O país da América Central alocou 5 megawatts (MW) da sua instalação de energia geotérmica de 102 MW para apoiar 300 processadores dedicados à mineração da famosa criptomoeda. Está a render — mas a chatear alguns.

Recorrendo à energia geotérmica gerada pelo seu magnífico estratovulcão Tecapa, El Salvador criou um autêntico “banco de Bitcoin” nos últimos três anos.

Desde que fez história, em 2021, ao tornar-se o primeiro país a reconhecer Bitcoin como moeda legal — e, assim, obrigatoriamente aceite por outros países como forma de pagamento — o país alocou 5 megawatts (MW) de sua instalação de energia geotérmica de 102 MW para apoiar 300 processadores dedicados à mineração da famosa criptomoeda.

A operação, até ao momento, arrecadou cerca de 29 milhões de dólares (cerca de 27 milhões de euros) nos últimos três anos. De acordo com os dados recolhidos a par do Estado pelo Interesting Engineering, o país extraiu 474 Bitcoin nos últimos três anos.

As participações do Governo na criptomoeda atingiram as 5750 — cerca de 354 milhões de dólares (326 milhões de euros) na conversão atual.

Toda a ideia já tinha sido anunciada como parte do projeto do Presidente e autoapelidado de “ditador mais cool do mundo”, Nayib Bukele que previa criar a primeira “cidade Bitcoin” do mundo.

Iniciativas como a emissão de 30 dólares em Bitcoin aos cidadãos que abrissem uma carteira digital para transações em criptomoeda mostram os esforços de Bukele para integrar a Bitcoin, mas esta, como moeda corrente, tem-se deparado com grandes pedras no seu caminho: relatórios de 2022 sugerem que apenas 14% dos utilizadores continuaram a utilizar a Bitcoin após a sua introdução.

Apesar da insistência do Governo, as críticas chovem. O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, já manifestou a sua preocupação com a falta de uma autoridade emissora formal e com a elevada volatilidade associada a esta criptomoeda.

Os ambientalistas também criticam constantemente a extração de Bitcoin por ser altamente intensiva em energia, uma vez que o processo envolve a resolução de problemas matemáticos complexos para verificar transações e manter a cadeia de blocos, resultando tradicionalmente em emissões substanciais de carbono devido à dependência de combustíveis fósseis para energia.

No entanto, a utilização de energia geotérmica proveniente de vulcões por El Salvador apresenta uma solução mais sustentável para estas preocupações ambientais. Ao aproveitar a energia dos vulcões, o país reduz a pegada de carbono associada à mineração de Bitcoin, fornecendo uma alternativa mais ecológica aos métodos tradicionais que dependem de fontes de energia não renováveis.

ZAP //

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