Corpo da jovem de 29 anos, que desapareceu em Gaia há 44 dias, deu à costa em Aveiro a 3 de outubro, confirma o irmão da bióloga. Não se sabe o que aconteceu.
Ao fim de 44 dias desaparecida, confirma-se que o corpo que deu à costa em Aveiro no passado dia 3 é o de Carolina Barbosa, a jovem de 29 anos que desapareceu em Gaia no dia 10 de setembro.
“Obtivemos confirmação de que o corpo que deu à costa em Aveiro no passado dia 3 de outubro é da Carolina”, escreveu Francisco Barbosa no Instagram. Não se sabe, ainda, o que aconteceu a Carolina.
“Ainda não sabemos o que lhe aconteceu, mas queremos garantir que nenhum de nós vai descansar até termos respostas”, concluiu o irmão da bióloga.
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“Infinitas pontas soltas”
A 10 de outubro, exatamente um mês depois do desaparecimento, o mesmo irmão de Carolina falou pela primeira vez sobre o desaparecimento, numa altura em que a PJ pediu à família para não fazer comentários sobre o caso.
“Hesitei em falar até agora, em parte porque não consigo encontrar as palavras (e muito menos as fotos) para expressar tudo aquilo que temos vivido ao longo destas semanas, mas também porque assim me foi pedido pelos órgãos competentes encarregues pelo caso”, começou por escrever Francisco no Instagram, prometendo abordar “problemas” no sistema judicial português — e não só.
“Sinto que este caso levantou muitos problemas com o nosso sistema judicial, legal, e mesmo social, que precisam de ser abordados, porque sei que a Carolina assim gostaria que o fizéssemos. Mas não para já”, avisou.
“Para já, todas as nossas forças estão concentradas em apenas um objetivo — saber o que aconteceu”, completou. Já nessa altura, o irmão de Carolina garantiu que todos estavam “preparados para o pior, esperando o melhor, porque sempre foi assim que ela nos ensinou”, mas reforçou: há “infinitas pontas soltas” por juntar.
“Não podemos deixar o caso morrer com infinitas pontas soltas. E garanto que nenhum de nós, familiares e amigos, irá descansar até se saber a verdade, nem deixaremos a Carolina tornar-se vítima de um sistema ignorante que tanto fez por educar”.
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Estranho desaparecimento
A jovem desapareceu , de facto, em estranhas circunstâncias. Foi vista pela última vez na Serra do Pilar pelo seu amigo e colega de casa, Gei, que deu o alerta para o seu desaparecimento.
Gei chegou a casa nesse dia e encontrou a porta aberta, com o telemóvel, computador e carteira de Carolina em cima da cama, intactos.
O carro de Carolina estava no local habitual, “estacionado perto de casa dela, com o vidro traseiro partido e as chaves ainda lá dentro“, caídas no interior, segundo a nota de divulgação da Polícia Municipal de Gaia. Os bancos do veículo também estariam deslocados.
A cadela de Carolina, que seria sempre muito protegida pela jovem, foi encontrada sem coleira.
Gaia mobilizou-se desde cedo nas redes sociais para encontrar a bióloga. Os amigos e familiares organizaram grupos de buscas, mas não obtiveram quaisquer pistas ou resultados.
Familiares e amigos, que mantinham uma relação próxima com Carolina, afastaram logo a possibilidade de a bióloga ter desaparecido voluntariamente.
Um mês depois do desaparecimento, o tio de Carolina confirmava ao ZAP que a PJ continuava sem respostas e criticava a falta de ação da PSP. “Neste caso em que tempo é tudo, a PSP não fez nada”, confessou ao ZAP.