Duas empresas de rastreio auditivo foram proibidas de atuar nos Açores depois de as autoridades regionais se aperceberem que as mesmas não tinham profissionais de saúde durante a realização dos exames, escreve o Público.
Em causa estão as empresas Empathy Voices e R.A.P., que faziam rastreio auditivos e vendiam aparelhos de próteses por milhares de euros, segundo avança o matutino.
Depois de várias queixas de clientes e de uma fiscalização, a Direção Regional da Saúde dos Açores apercebeu-se de que não existiam profissionais de saúde aquando da realização dos exames auditivos.
Em comunicado citado pelo mesmo jornal, a A Direção Regional da Saúde dos Açores explica que cancelou as ações de rastreio e reabilitação das empresas e as proibiu “do atendimento ao público”, após denúncias “remetidas pela população”.
Além disso, acrescentam na mesma nota de imprensa, as viaturas utilizadas pelas empresas não correspondiam às que tinham sido registadas na licença de operação.
O jornal Público relata ainda que as mesmas empresas têm queixas no continente: a Empathy Voices (que possui a marca Auditiv) foi alvo de seis reclamações no Portal da Queixa e tem outras duas no site da Deco Proteste.
Ouvida pelo diário, Graça Cabral, responsável pelo departamento de comunicação da Deco, não se mostra surpreendida com a situação. “Os rastreios de saúde gratuitos que escondem vendas agressivas não são uma novidade”.
“Há alguns anos, o que estava na moda eram os colchões magnéticos, depois foram os aparelhos e as almofadas ortopédicas, e agora são os rastreios auditivos”, aponta, frisando que “as práticas comerciais desleais ou enganosas são proibidas”, tal como estipula uma diretiva europeia que Portugal transpôs em 2008.
“As pessoas devem recusar vendas ao domicílio ou por telefone em que é difícil tomar uma decisão esclarecida. Devem desconfiar sempre”, aconselha ainda a responsável.