A elétrica Endesa, a empresa que mais poluiu em Espanha durante 2018, é patrocinadora diamante da Cimeira das Nações Unidas sobre o clima (COP25), que arrancou esta segunda-feira em Madrid.
Em 2018, as empresas que mais contribuíram para as mudanças climáticas em Espanha foram a Endesa, Repsol, Naturgy, EDP, ArcelorMittal, Cepsa, Viesgo, Iberdrola, Cemex, Lafarge -Holcim e Cementos Portland, de acordo com o relatório “Emergência Climática em Espanha 2019”, elaborado pelo Observatório de Sustentabilidade, um projeto idependente sediado na Universidade de Alcalá, na capital espanhola.
O documento frisa que a maior parte destas empresas opera no campo energético.
Entre as empresas elencadas, a Endesa é apontada como a que mais polui em Espanha: a elétrica é responsável pela libertação de 23% das emissões industriais e 9% das totais no país. Em 2018, terá libertado cerca de 30 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa, de acordo com o mesmo observatório espanhol.
A empresa pagou dois milhões de euros para ser “patrocinadora diamante” da COP25, podendo parte deste valor ser recuperado através de incentivos e deducões fiscais, tal como observa a Russia Today.
Nesta segunda-feira, dia em que arrancou a cimeira da ONU, a Endesa comprou uma página completa de publicidade na maioria dos jornais espanhóis – quatro diário nacionais e um local, segundo detalha a imprensa espanhola.
“No dia em que é inaugurada a #COP25, a Endesa, a empresa que mais causa emissões [para a atmosfera] em Espanha, compra a capa da maioria dos jornais. [Esta é] uma imagem devastadora do descrédito mais do que justificado do atual sistema político, económico e dos média”, escreveu a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, numa publicação na sua conta oficial no Twitter.
A COP25 começa esta segunda-feira em Madrid, com a presença de 50 líderes mundiais, incluindo o primeiro-ministro português, António Costa.
Durante a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que se prolonga até 13 de dezembro, são esperadas delegações de 196 países, assim como os mais altos representantes da União Europeia e várias instituições internacionais, o que pressupõe “a totalidade dos países do mundo”, de acordo com um comunicado do Governo espanhol.
ora cá está mais um exemplo da palhaçada que tudo isto é.
o objectivo nada tem a ver com preocupações ambientais, que eles sabem perfeitamente que não existem e muito menos urgências, mas é tudo sobre controlo populacional e taxar o pessoal.
o colectivismo reinante continua, com o alto patrocínio das elites reinantes.
Não fina ironia da hipocrisia não deixa de ter o seu quê de cómico. Ora aí está um mais exemplo. Quem melhor pode guardar as galinhas? O lobo, pois claro!
É mais barato à Endesa comprar uma cimeira do que instalar equipamentos para reduzir a poluição?
Se a Endesa retirar o patrocínio não há cimeira?
Se a cimeira promover multas à Endesa está a cometer suicídio?
A Endesa dá duas razões para a existência da cimeira, polui e patrocina. Nos discursos vão todos agradecer à Endesa?
Isto tem a sua graça … triste.
Quem mais polui são os países e os governos, eles tem a responsabilidade de criar regras ou autorizar empresas como a Endesa a poluir como polui. A china e os E.U.A. são um exemplo.
A cimeira é para discutir como todos os países (e não só) devem de agir ou regulamentar de forma a reduzir a pegada ambiental deixada por cada estado membro.
Por muito irónico que seja a Endesa patrocinar, não é algo mau ou mesmo a tentativa de subornar as regras. Pelo contrario, deve ser visto como um sinal claro que entende o problema e deve mudar os hábitos.
Claro que de um dia ao outro não se pode mudar tudo, mas para tua informação, a Iberdrola e Endesa tem investido nos últimos anos para mudar o cenário e apesar de ainda estarem no topo das empresas que mais libertam gases com efeito de estufa, isto deve-se a ao uso massivo de centrais eléctricas antigas e vindas de um tempo em que ninguém ligava nenhuma para o ambiente (culpa de todos nós, assim que não assobies para o ar e apontes o dedo para o vizinho do lado).
Nos últimos anos, tal como a EDP, a Endesa e Iberdrola tem reduzido muito a sua pegada ambiental através do aproveitamento do ambiente e a criação de energias limpas.
A notícia mostra bem o irónico que o patrocínio parece, mas os comentários mostram bem a hipocrisia de cada um em a apontar o dedo e assobiar para o ar, fomos e somos todos nós que criamos o problema.
Basta racionalizar o nosso consumo de energia passando a ter so uma televisão (e com uso racional), ter cuidado com o ar condicionado / aquecedor, mudar de electrodomésticos para os que tem no menos consumo A+, mudar para lâmpadas LED (todas em casa e não só, já sei que todos temos algumas), racionalizar o consumo de energia, deixar o carro em casa e ir de transportes, etc … para que a pegada destas empresas baixe para quase 0 através de energias limpas.
Claro está que estas medidas obrigam a mudar hábitos que não queremos mudar porque perdemos qualidade de vida ou a investimentos largos que não estamos dispostos a fazer.
É o fenómeno conhecido por compra de indulgências, nesse caso à ONU, de modo a ver perdoado o seu pecado de poluidor do planeta.
Patrocinar a “cimeira palhaçada” é um gesto para se redimir do mal feito, pode ser que assim seja perdoada (ou esquecida, que é o mais natural).