No final de outubro, um consórcio de seis empresas de energia anunciou a intenção de desenvolver um grande projeto de captura e armazenamento de carbono (CCS) na costa leste da Inglaterra.
O Vice relata que a iniciativa verá as empresas drenar as emissões de dióxido de carbono das instalações industriais em Teesside e Humberside e canalizá-las para um aquífero salino sob o leito do Mar do Norte. Teoricamente, ficariam trancadas lá para sempre em vez de serem lançadas para a atmosfera e contribuir para o efeito de estufa.
Se for bem sucedido, o consórcio afirma que poderá eventualmente sequestrar quase metade das emissões industriais do Reino Unido sob o Mar do Norte.
O projeto deverá estar pronto e em funcionamento até 2026.
Com apenas cerca de 20 instalações de CCS em operação em todo o mundo, o projeto pode constituir um grande passo em frente para a tecnologia. No entanto, permanecem dúvidas sobre as verdadeiras credenciais ambientais do CCS.
Há muito que os críticos argumentam que anexar uma infraestrutura de captura de carbono a centrais elétricas de combustível fóssil, como centrais de carvão, poderia manter as empresas de mineração em atividade quando o mundo deveria estar em transição para formas de energia mais limpas.
Além disso, há a questão de alimentar o próprio equipamento de captura de carbono: os esquemas-piloto anteriores do CCS queimaram gás natural para gerar a energia necessária para extrair o CO2 dos gases de escape.
“Na verdade, há muito pouca redução no carbono por causa da ineficiência do equipamento de captura de carbono e a não contabilização de todo o outro carbono que está a ser emitido como resultado da energia usada”, disse Mark Z, Jacobson, professor de Engenharia Civil e Ambiental na Universidade de Stanford.
Os defensores diriam que estes são problemas iniciais que seriam resolvidos com o amadurecimento da tecnologia. No entanto, uma investigação do Instituto de Economia da Energia e Análise Financeira também afirma que a turbina a gás usada para operar o equipamento CCS emitiu mais de um milhão de toneladas de CO2 de 2017 até o seu encerramento este ano.
Alguns cientistas argumentam que o CCS é a melhor opção para reduzir as emissões de setores difíceis de descarbonizar, como a produção de cimento e a siderurgia.
Dado que o Reino Unido praticamente eliminou o carvão da mistura da eletricidade, é seguro supor que o projeto do Mar do Norte terá como alvo essas instalações mais complicadas.
Por outro lado, ainda há questões a serem respondidas sobre se as empresas de combustíveis fósseis devem ser as primeiras a lucrar potencialmente com a remoção de carbono.
Uma ideia é serem os governos a assumir o controlo da remoção de carbono e tratá-la como um serviço público, como esgoto municipal ou tratamento de água. Assim, trabalhadores qualificados de combustíveis fósseis podem ser empregados na captura de carbono, evitando uma crise prolongada de perda de empregos e garantindo que os beneficiários finais da tecnologia sejam os cidadãos – não as empresas.
Demandas mais radicais veriam as empresas com responsabilidade histórica pelas emissões de CO2 consideradas financeiramente responsáveis pela sua remoção.
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A longo prazo tende a ser mais um problema, na medida em que se esgotarem os potenciais reservatórios e aumentarem o dispêndio de energia para comprimirem o carbono em espaços cada vez mais exíguos. A redução ou eliminação das emissões de carbono ainda é a melhor alternativa.