ASML

Christophe Fouquet, CEO da ASML
A holandesa ASML, fabricante das máquinas que imprimem os mais avançados microprocessadores e fundamental para assegurar a soberania tecnológica da Europa, anunciou resultados financeiros dececionantes — e alertou para o impacto da atual guerra comercial de Donald Trump.
É bem mais discreta do que a taiwanesa TSMC, a maior fabricante mundial de chips.
Há dois anos, trouxemo-la aqui ao ZAP, e chamámos-lhe “a empresa mais importante do Mundo“: a holandesa ASML, que projeta e fabrica as únicas máquinas capazes de imprimir os chips de alta performance que alimentam a indústria tecnológica em quase tudo — de smartphones e carros elétricos até à Inteligência Artificial.
É uma empresa fundamental para assegurar o objetivo estratégico de tornar a Europa tecnologicamente soberana, num dos raros setores em que uma empresa europeia tem uma vantagem tecnológica em relação a outras regiões.
Esta quarta-feira, a ASML trouxe-nos más notícias: resultados económicos dececionantes, associados às tarifas impostas por Donald Trump na sua guerra comercial sem quartel.
“Esta dinâmica está a criar uma nova incerteza”, afirmou o presidente da ASML, por ocasião da apresentação de resultados do primeiro trimestre, na qual a empresa reconhece que poderá haver um impacto na procura das suas máquinas de impressão das chamadas “wafers” de microprocessadores.
“Os recentes anúncios de tarifas aumentaram a incerteza no atual ambiente macroeconómico e a situação permanecerá dinâmica durante algum tempo“, detalhou Fouquet.
O CEO mantém ainda assim as previsões de vendas para 2025 — que, segundo a Fortune, deverão atingir entre 30 e os 35 mil milhões de euros. “As conversas que tivemos até agora com os clientes confirmam a nossa expetativa de que 2025 e 2026 serão anos de crescimento”, salientou Fouquet.
Os microprocessadores e semicondutores estão neste momento isentos de tarifas, no âmbito da trégua de 90 dias aplicada a alguns setores, que Trump e a União Europeia anunciaram recentemente.
No entanto, explica o Politico, as máquinas que imprimem estes chips, cujo preço pode chegar a centenas de milhões de euros, não beneficiam desta isenção — o que levou a uma diminuição nas encomendas, a resultados bastante abaixo das expectativas dos analistas, e a uma queda de 5% no valor das ações da ASML.
O que explica então o otimismo de Christophe Fouquet em relação ao forecast do resultado da empresa para 2025?
Talvez a importante vantagem tecnológica que a empresa continua a ter, num setor crítico da economia mundial: a melhor bolacha do pacote.
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ASML é uma empresa incrível.