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Empresa dos Paradise Papers trabalhou para banco ligado a terrorismo e crime organizado

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(dr) Museu do Dinheiro

A firma no coração dos Paradise Papers providenciou serviços offshore a um banco acusado de facilitar financiamento para o terrorismo, crime organizado transnacional e o programa de armas químicas do Governo sírio.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a Appleby, a sociedade de advogados cujos negócios foram denunciados na fuga de informação Paradise Papers, terá trabalhado com um banco que foi acusado de facilitar financiamento para o terrorismo, crime organizado transnacional e o programa de armas químicas do Governo sírio.

O banco em causa, o FBME, foi cliente da Appleby durante pelo menos um ano depois de o Departamento do Tesouro norte-americano ter divulgado um relatório com uma série de alegações contra o banco. No entanto, o The Guardian avança que, antes disso, o FBME já era representado pela sociedade há cerca de uma década.

O FBME que foi, inclusive, banido do sistema financeiro americano, já negou todas as acusações, mas assumiu que a Appleby tinha sido sua intermediária desde 2004.

A sociedade de advogados esteve no centro de uma fuga de informação batizada Paradise Papers, com milhares de ficheiros internos da empresa a serem obtidos pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e analisados à lupa pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).

No mesmo caso, foram também envolvidas figuras públicas como a cantora Madonna, o vocalista dos U2, Bono Vox, a Rainha Elizabeth II, membros da administração Trump e até multinacionais como a Apple, a Nike, a Uber, entre muitos outros.

Foi ainda posto a descoberto a rede montada pela Appleby em diversos paraísos fiscais para ajudar empresas e indivíduos ricos a fugir aos impostos.

A Appleby respondeu às acusações com um processo judicial contra a BBC e o The Guardian, acusando os dois órgãos de terem publicado artigos que não são do interesse público.

Num comunicado divulgado no início de novembro, a sociedade de advogados rejeitou todas as alegações da investigação, sublinhou que, “não sendo infalível”, agiu sempre de forma célere para “acertar as coisas”.

No âmbito do processo judicial, a Appleby pediu a um tribunal britânico que proíba de forma permanente a BBC e o Guardian de usarem os seus ficheiros internos para investigar a conduta dos seus funcionários e dos seus clientes.

Contactada pelo jornal britânico, a sociedade de advogados recusou comentar a relação de longa data que manteve com o FBME, uma relação que acabou em dezembro de 2015. Sobre o assunto, repetiu apenas que a secção da firma que lida com serviços offshore foi vendida – existe agora sob o nome Estera – e que, portanto, se recusa a responder a quaisquer questões sobre o negócio com o banco.

A Estera, por sua vez, disse que não tece comentários sobre “quaisquer negócios que a Appleby possa ter mantido com qualquer cliente em particular”.

ZAP //

2 Comments

  1. ”….a Appleby pediu a um tribunal britânico que proíba de forma permanente a BBC e o Guardian de usarem os seus ficheiros internos para investigar a conduta dos seus funcionários e dos seus clientes”.
    Vigaristas, esperai sentados à espera que a vontade vos passe!

  2. Até a velha rainha de Inglaterra não se importou nadinha de colocar milhões em paraísos fiscais que financiam o terrorismo, o Paradise Papers ! É preciso ter um estômago do tamanho de um boi. Ingleses, acabem com a monarquia rápido!Pelos vistos tem medo que os bancos ingleses lhe ”cheirem” os montantes da coroa!

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