Em Portugal, 96% dos ciganos vive na probreza. Crianças são as mais atingidas

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Mário Cruz / Lusa

Em causa estão situações de habitações sobrelotadas, sem água corrente ou de familiares que por vezes vão dormir com fome.

Portugal tem um dos piores resultados no que respeita ao modo como vive a população cigana na Europa vive. A conclusão consta de um relatório elaborado pela Agência dos Direitos Fundamentais, que deverá ser divulgado esta terça feira e servir como ponto de situação para os países da União Europeia, comprometidos com um quadro estratégico para a população cigana até 2030, com uma série de metas.

Para já, o ponto de partida é mau, com 80% da população identificada a viver abaixo do limiar da pobreza em 2021, com os países do sul da Europa a ficarem especialmente mal na fotografia. Em Espanha e Itália o valor era de 98%, ao passo que em Portugal se fixou nos 96%. De acordo com o jornal Público, que já teve acesso ao relatório, quase metade da população cigana na Europa se para com alguma forma de privação material severa.

A pesquisa foi feita em países como na Croácia, na República Checa, na Grécia, na Hungria, na Roménia, em Itália, em Portugal, em Espanha, mas também na Sérvia e na Macedónia — países que não pertencem à União Europeia, mas que têm uma quantidade significativa de população cigana.

Ainda de acordo com a mesma fonte, o inquérito foi feito cara a cara, na língua materna dos inquiridos, cerca de 8500 pessoas com 16 anos ou mais. Em cada um dos países foi definida uma amostra aleatória considerada representativa da população cigana. No caso do território português, foram entrevistadas 568, pertencentes a agregados com cerca de 1500 membros.

Os últimos dados revelam um leve recuo da privação material severa face a 2016 (62%), não sendo possível aferir, para já, se é uma evolução rapidamente reversível devido ao impacto da pandemia.

Alguns dos dados revelam ainda dados difíceis de encarar para um continente como a Europa: a larga maioria das crianças ciganas enfrentam a pobreza e a privação mal nascem: o risco de pobreza infantil atinge os 100% desta população em Itália, 99% em Espanha, 98% na Grécia e os 97% em Portugal. Em causa estão situações de habitações sobrelotadas, sem água corrente ou de familiares que por vezes vão dormir com fome.

ZAP //

4 Comments

  1. e onde está a outra parte do estudo?
    queria ver o estudo dizer porque é que eles estão nestas condiçoes
    em portugal quais foram os criterios e quem foram os entrevistados

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