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Parlamento Europeu analisa eventuais conflitos de interesses de Elisa Ferreira

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A comissária portuguesa vai gerir a pasta que integra os fundos distribuídos pelo marido, presidente da CCDRN. Eurodeputados falam em conflito de interesses.

A Comissão de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu (PE) está reunida em Estrasburgo, esta manhã, para analisar “potenciais conflitos de interesses” dos comissários designados pela nova presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no passado dia 10 de setembro.

Segundo o jornal Público, na véspera desta reunião, a eurodeputada francesa eleita pelo partido Os Verdes, Marie Toussaint, já tinha indicado quais eram as seis nomeações em causa, entre as quais está Elisa Ferreira.

Em causa está o facto de a comissária europeia, indigitada para a pasta da Coesão e Reformas, ir tutelar fundos distribuídos pelo marido Fernando Freire de Sousa, que é presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).

De acordo com este jornal, o CCDRN é uma das entidades responsáveis pela aplicação dos fundos estruturais, sendo que a região Norte é uma das que recebe a maior fatia dos fundos em solo português.

No Twitter, Toussaint referiu ainda que a portuguesa era vice-governadora do Banco de Portugal numa altura em que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) estava na mira do BdP por ter financiado o projeto de uma empresa cujo vice-presidente era o seu marido.

Segundo o ECO, a eurodeputada francesa referia-se à empresa La Seda de Barcelona que, em 2006, começou a sua ligação ao grupo espanhol na Artlant, em Sines, e que veio a custar mais de 250 milhões de euros à CGD.

Fontes europeias avançaram ao Observador que Elisa Ferreira não passa à primeira na Comissão de Assuntos Jurídicos do PE porque os deputados têm dúvidas relativamente a ações que tem no grupo Sonae, empresa que já recebeu fundos comunitários e que está inscrita como lobista em Bruxelas.

O jornal online escreve que a nomeação final da comissária não estará em causa, uma vez que bastará vender as 15 mil ações (no valor de 13.065 euros) para acabar com a situação de incompatibilidade.

Sobre a questão do marido, o Observador sabe ainda que os eurodeputados consideraram não haver um conflito de interesses, uma vez que é “funcionário público”, logo, nunca estaria em causa o benefício a título pessoal.

Os eurodeputados vão fazer um “pedido de esclarecimento adicional” à ex-eurodeputada socialista e a sua aprovação ficará condicionada pelas justificações que irá dar. Se tudo correr como previsto, Elisa Ferreira deverá ter a audição final na primeira semana de outubro.

Os restantes cinco comissários que estão na mira do PE por eventuais conflitos de interesses são o húngaro Laszlo Trocsanyi (Política de Vizinhança e Alargamento), a romena Rovana Plumb (Transportes), a francesa Sylvie Goulard (Mercado Interno), o belga Didier Reynders (Justiça) e o polaco Janusz Wojciechowski (Agricultura).

Se alguns dos comissários indigitados não forem aprovados pelos eurodeputados, poderão ser agendadas audições adicionais na semana de 14 de outubro, antes de o PE se pronunciar em definitivo relativamente ao conjunto do colégio, o que deverá acontecer a 22 de outubro.

Elisa Ferreira poderá ser a primeira mulher portuguesa a integrar o Executivo comunitário desde a adesão de Portugal à União Europeia e sucederá a Carlos Moedas, comissário que teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.

ZAP //

1 Comment

  1. Isto com o PS parece que é sempre tudo em família. É negócios com empresas de familiares, é pais e filhos no conselho de ministros, é secretários de estado familiares de ministros… E depois ainda há o César que tem lá a família toda a avaliar por aquilo que é referido na imprensa.
    No meio de tudo isto ainda “apagaram” a Sandra Felgueiras que com o sexta às nove era pouco conveniente, lançaram o ministério público contra o sindicado dos transportes…
    E por último temos as golas. Mais um belo negócio para o nosso dinheiro. E uma vez mais ficou tudo em família. Já cheira mal. Chega!

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