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El Mundo aponta Centeno como favorito à presidência do Eurogrupo

Olivier Hoslet / EPA

Mário Centeno cumprimenta Wolfgang Schäuble, em Bruxelas, após a vitória de Portugal no Euro 2016

Faltam duas semanas para serem tornados públicos os nomes dos candidatos à presidência do Eurogrupo que vão suceder a Dijsselbloem. O espanhol El Mundo já tem um favorito e é português: Mário Centeno.

“Mário Centeno, o Ronaldo da economia portuguesa que aspira presidir ao Eurogrupo” é assim que se intitula o artigo do El Mundo que aponta já um favorito à presidência.

No artigo, o El Mundo conta como, “pouco mais de seis anos depois de estar na bancarrota e pedir um humilhante resgate de 26.300 milhões de euros ao FMI, Portugal recuperou a estabilidade económica e caminha para saldar as suas dívidas pendentes com a instituição internacional”.

O jornal espanhol explica que Centeno começou por ser “questionado pelas autoridades financeiras” para rapidamente passar a ser “querido tanto em Washington como em Bruxelas”.

O jornal salienta também as “entregas antecipadas” do Governo de António Costa. “As entregas antecipadas converteram-se numa espécie de política financeira extra-oficiail do Governo de Costa, que prima por cumprir com os compromissos financeiros do país com o exterior. Os responsáveis das finanças defendem a prática ao considerar que o país tem que aproveitar o atual cenário económico para reduzir a dívida de maneira ‘gradual e sustentada'”, faz ver o El Mundo.

O El Mundo relembra como até o cético ex-ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, deixou de ver Centeno como uma “ameaça à estabilidade da zona euro”, passando a olhar para o dono da pasta das Finanças do Governo de António Costa como o “Ronaldo do Ecofin”.

“As instituições internacionais ficaram alarmadas quando Centeno autorizou a reposição parcial dos salários dos funcionários públicos e cancelou as privatizações dos transportes públicos de Lisboa e Porto. No entanto, mudaram de opinião ao tomarem nota da política de gasto público zero implementada pelo Ministério nos últimos dois anos e da sua determinação para aproveitar a considerável recuperação económica – apoiada no aumento das exportações e no espetacular boom do turismo – para saldar as dívidas pendentes”, conclui o diário.

Também o ministro espanhol das Finanças, Luis de Guindos, já manifestou o apoio ao “carismático” congénere luso, lembra o El Mundo, uma atitude que “fontes diplomáticas” classificam como “solidariedade ibérica”.

O jornal conclui que, caso Centeno seja mesmo o escolhido para presidir ao Eurogrupo, a sua trajetória será paralela à da economia portuguesa nos últimos anos: “de marginalizado da zona euro a figura merecedora do respeito dos seus vizinhos comunitários”.

Os 19 membros da zona euro têm até às 12 horas do próximo dia 30 de novembro para manifestar, através de uma carta de motivação, o seu interesse em assumir o cargo que hoje pertence ao holandês Jeroen Dijsselbloem.

A 1 de dezembro os nomes dos candidatos serão tornados públicos e a 4 de dezembro terá lugar a votação. Para vencer a eleição, os candidatos precisam de uma maioria simples de pelo menos 10 votos.

ZAP //

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