Uma equipa de engenheiros espanhóis criou o primeiro holograma 3D do mundo com o qual se pode interagir fisicamente.
Em 2010, no “Homem de Ferro 2”, Tony Stark redescobre um novo elemento e manuseia elementos holográficos com as mãos, movendo-os, apalpando-os, sacudindo-os, atirando-os… enfiem, ficção… em 2010, porque agora essas interações são uma realidade.
À margem de um estudo publicado recentemente na HAL Open Science, um grupo explorou a forma como os hologramas podem ser agarrados e manipulados utilizando materiais elásticos como componente-chave dos ecrãs volumétricos.
Esta inovação significa que se já pode interagir com gráficos 3D – por exemplo, agarrar e mover um cubo virtual com a mão – sem danificar um sistema holográfico.
“Estamos habituados à interação direta com os nossos telefones, onde tocamos num botão ou arrastamos um documento diretamente com o dedo no ecrã – é natural e intuitivo para os humanos. Este projeto permite-nos utilizar esta interação natural com gráficos 3D”, explicou o líder do estudo, Asier Marzo, da Universidade Pública de Navarra (Espanha), em comunicado.
Esta foi a primeira vez que hologramas foram manipulados. Mas, para o conseguir, os investigadores tiveram de aprofundar a forma como a holografia funciona.
Como funciona um Holograma?
Como explica a Live Science, no centro dos ecrãs volumétricos que suportam os hologramas está um difusor: uma superfície de oscilação rápida, normalmente rígida, na qual milhares de imagens são projetadas sincronizadamente a diferentes alturas para formar gráficos 3D.
Esse difusor move-se tão rapidamente que é praticamente impercetível ao olho humano. Além disso, pode ferir-nos gravemente e estragar a máquina.
Como solução, foi criado um novos material flexível: tiras difusoras elásticas, que pode ser tocado sem danificar o oscilador ou provocar a deterioração da imagem.
A partir daí, criando o seu sistema inovador chamado FlexiVol, foi possível manipular a imagem holográfica.
Além disso, como notou a Live Science, os investigadores também tiveram de ultrapassar o desafio de o material elástico se deformar ao ser tocado. Para contornar este problema, implementou-se um sistema de correção de imagem para garantir que o holograma era projetado corretamente.
Aplicações práticas
Embora esta descoberta ainda esteja numa fase muito embrionária, já se preveem muitas formas de potenciar comercializar esta prática.
Utilizando os gestos a que já está habituado com o ecrã tátil do seu telemóvel – deslizar, tocar para selecionar, beliscar, rodar e outros – o utilizador pode controlar e manipular eficazmente estes objetos holográficos através do difusor elástico.
“Os ecrãs estão constantemente presentes nas nossas vidas para trabalhar, aprender ou entreter. Ter gráficos tridimensionais que podem ser manipulados diretamente tem aplicações na educação, por exemplo, visualizar e montar as peças de um motor“, disseram os investigadores no comunicado.
“Estes ecrãs podem ser particularmente úteis em museus, por exemplo, onde os visitantes podem simplesmente aproximar-se e interagir com o conteúdo”, acrescentaram.