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Vai nascer uma “ilha” solar gigante no Alqueva. E pode baixar o preço da luz

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Fernando Moital / Flickr

Barragem do Alqueva

A EDP prevê investir 3,5 milhões de euros numa central fotovoltaica flutuante no Alqueva, com 11.000 painéis solares, numa área maior do que o Terreiro do Paço, em Lisboa. A aguardar autorização do Governo, o projecto pode dar origem à segunda maior central flutuante da Europa.

O projecto piloto da central fotovoltaica flutuante no Alto Rabagão (Montalegre), em teste desde Novembro de 2016, “superou as expectativas”, com uma produção 6% acima do previsto desde o seu arranque e uma eficiência maior do que as soluções similares em terra, como explica à agência Lusa o presidente da EDP Produção, Rui Teixeira.

Partindo deste sucesso, a EDP pretende agora avançar para um novo projecto no Alentejo, mas com maior escala e complexidade, uma vez que o Alqueva é uma central hídrica com sistema de bombagem, o que permite a reutilização da água para geração de electricidade.

“Começámos a pensar em escalar esta solução [do Alto Rabagão], aproveitando outras albufeiras que temos em Portugal. E o Alqueva é uma das zonas com melhor radiação solar no país e permite a instalação dos painéis sem ter muitas sombras“, explica o administrador da EDP à Lusa.

O projecto para o Alqueva tem “uma escala industrial”, adianta Rui Teixeira, referindo que estão previstos 11.000 painéis solares – que compara com 840 na barragem transmontana – e uma estimativa de produção anual de 6.000 MWh (face aos 300 MWh do projecto piloto no Alto Rabagão), o equivalente ao consumo de um quarto da população de Portel e de Moura.

Com cerca de quatro hectares de painéis solares, “com 4 MW”, a ilha do Alqueva “vai ser o segundo maior parque flutuante da Europa, a seguir aos 6,3 MW da instalação num reservatório de água em Walton-on-Thames, Surrey, Inglaterra”, como atesta a TSF.

A central fotovoltaica flutuante do Alqueva servirá ainda para testar duas novas possibilidades: acoplar aos painéis solares baterias de iões de lítio para acumular energia e ser utilizada nas horas em que não há produção solar e optimizar o sistema, aproveitando a existência de bombagem.

“Um segundo teste é o conceito da hibridização do solar flutuante com a hídrica com bombagem”, revela ainda Rui Teixeira, explicando que, tendo em conta o que acontece em outros mercados com forte produção solar, como a Alemanha, “faz sentido ter capacidade de produção solar para alimentar a bombagem”.

O objectivo passa por, “ao longo do dia, em momentos em que não exista consumo suficiente para produção dos 4 MW”, conseguir “armazenar essa energia produzida numa bateria que depois é utilizada em diferentes circunstâncias quando já não exista a produção solar”, frisa Rui Teixeira em declarações à TSF.

“Laboratório vivo” que pode ajudar a baixar preço da luz

O Alqueva será, assim, “um laboratório vivo de energias renováveis” que pode vir, inclusive, a ter reflexos nos preços praticados.

“Hoje o mercado alemão que é um mercado com uma enorme penetração solar, tem preços de electricidade mais baixos durante o dia, quando o solar está a funcionar. Na Península Ibérica, os preços da electricidade continuam a ser mais altos durante o dia”, frisa o administrador da EDP.

As previsões da empresa apontam para que, “com a penetração solar que é esperada na Península Ibérica, resulte também uma alteração dos preços e portanto, ao longo do dia, com o solar a produzir os preços da electricidade, possam ser mais baixos, o que permite ter condições para a bombagem”, constata ainda Rui Teixeira.

Em declarações à Lusa, Rui Teixeira enquadra este novo investimento da empresa na “posição de liderança que a EDP tem assumido na transição energética“, através da “capacidade de antecipação em investir em novas tecnologias”.

Neste momento, o projecto está em consulta pública, tendo depois que ser apreciado pela Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

De acordo com o responsável, se forem obtidas as autorizações, “o objectivo é em 2020 instalar o projecto”, com um investimento estimado de 3,5 milhões de euros.

Já o projecto do Alto Rabagão continuará com “características de piloto”, servindo como “um laboratório vivo para testar tecnologia pioneira a nível europeu”, avaliando a complementaridade entre a energia solar e hídrica.

ZAP // Lusa

13 Comments

  1. ## E pode baixar o preço da luz !!! ##
    Só mesmo um parvo acredita nisso.
    Era a primeira vez que alguém tinha uma iniciativa destas para receber menos.

  2. Baixar a luz realmente só um parvo vai nessa.
    Estes Sr,s da EDP podiam fazer muita pressão no governo para baixar o IVA de 23% para 6%.
    Estes Sr,s da EDP podiam fazer muita pressão no governo para baixar ou anular a Taxa da Radio,
    Exemplo; Cemitérios, Condomínios e Motores de Poços dos Lavradores.etc.
    Estes Sr,s da EDP podiam baixar os Kws dos Contadores, para provar na UE e na China, que temos a luz mais barata.
    VIVA A REPÚBLICA DAS BANANAS

  3. Há dois tipos de tristeza quando se lê uma coisa destas:

    1. Constatar que qualquer redução no custo de produção de energia, só serve para aumentar os lucros dos produtores/distribuidores, neste caso, a EDP. Ai custa menos a produzir? Ótimo!.. Mais lucro!.. Os lorpas dos consumidores já estão habituados a pagar o que pagam, por isso contiuam a pagar o mesmo preço, menos uns tostões, vá…

    Reduzir um preço de alguma coisa é visto pelo mundo corporativo como uma impossibilidade… Um tabú contabilístico. Qualquer redução nos custos de produção nunca são distribuidos entre os preços de venda e os lucros… Vão sempre todos para benefício dos lucros! Os preços de venda esses mantêm-se sempre, pois não se pode habituar mal o consumidor, à ideia de que preços baixarem é uma coisa possível de acontecer.

    2. Perante este ataque das oligarquias à cidadania, o Tuga burro vira-se é contra o Estado. Não percebe que os governantes eleitos não decidem nada. Quem decide tudo é o poder corporativo que nunca deixa o poleiro. Os governantes são gajos pagos por baixo da mesa, para dar a cara por eles e levar com as culpas e com a raiva do povo… São uma espécie de fantoches do verdadeiro poder intocável: O das EDPs, das PTs, das Sonaes, Jerónimos Martins, etc… E o Zé Povinho que Às vezes parece não ver um palmo à frente da penca, continua a dizer que a culpa é do partido A e que deve ir pra lá o partido B… Como se A e B não fossem ambos fantoches dos mesmos chefes. Anda tudo feito estúpido a responder a isto: “Ai a culpa é do Costa… Ai a culpa é do Passos…” – Tanto PS como PSD venderam a EDP aos privados Chineses e agora vêm dizer que a culpa é de um ou de outro. Santa ingenuidade. Entretanto o Mexia e o Catroga ficam a rir-se da nossa cara, quais fantoches felizes, bem pagos pelo bom trabalho que fizeram quando estiveram no governo, a favor dos seus actuais patrões e contra os cidadãos. A serem bem pagos debaixo do nosso nariz por terem agido contra nós quando os elegemos. Lindo!.. Continuem a dizer que a culpa é dos partidos, que é isso que eles querem.

    • Realmente tem uma imaginação muito fértil, se a noticia considera o leitor idiota, o seu comentário também não fica longe…enfim.

  4. Vou dar uma ideia de borla… e que tal, em vez de usarem baterias de lítio, que têm impacto ambiental na produção e reciclagem, acumularem a água utilizada na produção num segundo reservatório e voltarem a bombear a água para dentro da barragem?

      • Boa demonstração de ignorância relativamente à leis de Lavoisier. Claro que custa energia, como carregar uma bateria também consome energia… O resto da explicação pode procurar de borla no youtube tipo “física para nabos” que as minhas borlas acabam aqui.

  5. Só um parvo desconhece que até se pode ganhar mais, baixando o preço. O custo da produção é menor e a baixa de preço não refletir a totaliade da baixa do custo d produção, a mais-valia assim obtida cresce.

  6. Boa demonstração de ignorância relativamente à leis de Lavoisier. Claro que custa energia, como carregar uma bateria também consome energia… O resto da explicação pode procurar de borla no youtube tipo “física para nabos” que as minhas borlas acabam aqui.

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