Enquanto os centros de todo o mundo lutam para recuperar dos impactos do trabalho à distância e da pandemia, Tóquio lidera uma revolução silenciosa e pergunta ao mundo: o que é — ou o que pode ser — uma baixa?
A capital japonesa abraçou a transformação e está a levar a cabo um enorme projeto de descentralização: um mosaico de centros urbanos distintos, cada um projetado para apoiar diferentes indústrias e estilos de trabalho.
Tóquio está a deixar para trás o seu distrito financeiro — área urbana que funciona como principal polo financeiro e comercial de uma cidade — para adotar o que os especialistas do BCG Henderson Institute chamam de modelo de “campus urbano do conhecimento“, nota o Fast Company.
Ao contrário de muitos centros ocidentais, onde os escritórios dominam, em Tóquio os escritórios representam menos de 40% do espaço. Escolas, creches, lojas, restaurantes, bares, parques e residências misturam-se com edifícios de empresas, criando bairros dinâmicos 24 horas por dia, 7 dias por semana, que permanecem ativos muito depois do horário comercial.
O centro de Tóquio não é uma área única — é uma mistura de bairros especializados que juntos formam um núcleo urbano vibrante. Cada bairro tem a sua identidade.
Marunouchi-Nihonbashi, coração financeiro e de serviços profissionais de Tóquio, possui arranha-céus, sedes, lojas de luxo e restaurantes requintados. Atrai executivos, consultores e profissionais da área financeira que buscam prestígio e estabilidade.
Roppongi, outrora famosa pela sua vida noturna, é agora um centro cosmopolita para negócios internacionais e tecnologia. Equilibra a infraestrutura empresarial com espaços verdes, escolas internacionais e locais culturais, o que atrai expatriados e profissionais globais.
Shibuya, motor criativo de Tóquio, é um íman para os media, startups e inovadores tecnológicos. As suas ruas vibrantes e repletas de néons atraem os designers, programadores e criativos. Até a sede da Google no Japão quis mudar-se para lá.
Shinjuku, bairro diversificado, é o lar de escritórios do governo, hotéis, lojas e locais de entretenimento. Reúne burocratas, viajantes e criativos.
Shinagawa completa o campus urbano como um importante centro de transportes e negócios, apoiando uma mistura de infraestruturas residenciais, de escritórios e hoteleiras.
O modelo de campus urbano do conhecimento de Tóquio oferece um plano atraente para a reinvenção. Em vez de se agarrar a conceitos ultrapassados de torres de vidro, construiu um centro pronto para o futuro que funciona mais como um campus universitário dinâmico, combinando comércio, cultura, comunidade e criatividade.