Miguel A. Lopes / Lusa

Num ato eleitoral que teve a abstenção mais baixa em 30 anos, a AD, o Governo e o primeiro-ministro não têm dúvidas: receberam inequívoco voto de confiança dos portugueses. Agora, é preciso ter “juízo” e “deixar o Luís trabalhar”.
A taxa de abstenção nas eleições legislativas de domingo deverá situar-se nos 35,62%, a mais baixa em 30 anos, quando em outubro de 1995 ficou nos 33,70%. Estes valores não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidos a 28 de maio.
Nas legislativas de 30 de janeiro de 2022, quando António Costa foi reeleito com maioria absoluta, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, verificando-se uma participação eleitoral superior à registada nas eleições de 2019, ano em que a abstenção atingiu o recorde de 51,43% e em que foram mais os não votantes do que os votantes. Já nas legislativas anteriores de 10 de março de 2024, a taxa de abstenção voltou a baixar situando-se nos 40,10%, tendo-se verificado uma descida em relação às legislativas de 2022.
Agora, é preciso ter “respeito”
Os portugueses falaram. E fizeram-se ouvir.
A AD venceu as eleições legislativas 2025: com 89 deputados, equivalente a 32,72%. É uma subida (para já) de 10 deputados, já que tinha conseguido 79 deputados há um ano.
Por seu turno, PS e Chega empataram (para já) no número de deputados: 58.
Apesar de Pedro Nuno Santos ter afirmado que não cabe ao PS dar suporte ao Governo da AD; e de André Ventura não esclarecer se deixa passar programa da coligação que junta PSD e CDS, Luís Montenegro apelou ao juízo e ao respeito pela vontade dos portugueses.
Numa reação à vitória eleitoral, o presidente do PSD afirmou que os portugueses deram um voto de confiança na AD, no Governo e no primeiro-ministro.
“O povo falou e exerceu o seu poder soberano. No recato da sua liberdade, aprovou, de forma inequívoca, um voto de confiança no Governo, na AD e no primeiro-ministro”, declarou, recebendo uma prolongada salva de palmas.
Montenegro afirmou que os portugueses “querem uma legislatura de quatro anos e exigem a todos que percebam, respeitem e honrem a sua palavra livre e democrática“.
“Espera-se sentido de Estado, sentido de responsabilidade, respeito pelas pessoas e, naturalmente, espírito de convivência na diversidade, mas também de convergência e salvaguarda do interesse nacional”, apelou o social-democrata.
“O povo português quer este Governo e não quer outro”, anunciou
“O povo português quer este primeiro-ministro e não quer outro”, repetiu.
AD pode não ter vida fácil
Mesmo com estes apelos de Luís Montenegro, a AD não deverá ter a vida facilitada.
Apesar de Pedro Nuno Santos estar de saída da liderança do PS, o secretário-geral socialista adiantou, no discurso onde assumiu a derrota, que não deve caber ao seu partido o papel de dar suporte ao novo Governo.
“Não me cabe ser o suporte deste governo e penso que este papel também não deve caber ao PS”, disse, depois de anunciar que já tinha ligado a Luis Montenegro a felicitá-lo pela vitória.
Ainda assim, Pedro Nuno reconheceu que “o povo português falou com clareza e nós, como sempre, ao longo da nossa história, respeitamos, como é evidente, a decisão do povo português”.
Já André Ventura não esclareceu se viabilizará o programa do Governo, no Parlamento, mas, tirando o PS da equação, afirmou e reafirmou que o próximo Executivo “depende do Chega e só do Chega”.
“Eu ouvi o PS dizer que não apoiará nem sustentará este Governo. O Governo de Portugal depende do Chega e só do Chega”, afirmou Ventura, que se afirmou como líder da “segunda força política em Portugal”.
“Os portugueses sabem que o Chega sempre foi e lutou por ser um garante de estabilidade, e também de firmeza na luta contra a corrupção, interesses instalados e sem ceder um milímetro. […] Mas também não quero deixar de dizer que o Chega sempre foi um partido responsável. Tornou-se um partido de poder e de governo por mérito próprio e vai honrar essa tradição”, afirmou.
“Não é não” é não
Questionado se mantém o “não é não” ao Chega, Luís Montenegro reiterou-o, salientando que já demonstrou ter palavra.
“Não me parece que haja outra solução de Governo que não aquela que dimana da vontade livre democrática e convicta do povo português”, afirmou, quando questionado pelos jornalistas sobre as condições de governabilidade.
Para o líder da AD, do ponto de vista aritmético, apenas haveria outra possibilidade de Governo, que passaria por uma coligação entre PS e Chega, que não considerou “um cenário crível”.
O social-democrata disse não querer teorizar sobre o que outros partidos transmitirão ao Presidente da República, expressando a sua posição geral.
“Dentro do cumprimento dos compromissos que assumi em nome da AD e dentro do espírito do ‘sim é sim’ a Portugal, tenho a certeza que vai acabar por imperar o sentido de responsabilidade, não só para a assunção plena de poderes do Governo, mas de condições de execução do programa do Governo em quatro anos”, disse.
Miguel Esteves, ZAP // Lusa
ELEIÇÕES – Vamos jogar para o lixo as lamentações e partamos para luta levando o nosso querido PORTUGAL ao lugar de destaque na EUROPA . PORTUGAL não poderá ficar na traseira do desenvolvimento tecnológico e , nem jogado as ” traças ” na sociedade europeia ; como ” depósito ” de imigrantes bárbaros e bandoleiros , Trazer de voltas , ao menos, uma parte dos – – filhos que emigraram por falta de oportunidades – são milhões aos longos dos anos – basta ver as estatísticas . Na França há mais portugueses que Lisboa . ATÉ o pequenino LUXEMBURGO nos mostra portugueses amedrontados com as deportações !!!? AH ! nosso PORTUGAL tendo seu território abocanhado pela vizinha ESPANHA e nunca temos coragem de trazer de volta a querida e patriótica OLIVENÇA . ATÉ QUANNNNNDO !??? As reivindicações ao Governo que governará , daqui para frente, são muitas e acreditamos na boa fé e honestidade , integridade do Governo vitorioso, É o que pensa , o filho do português de NUMÃO , joaoluizgondimaguiargondim [email protected]