PS e os perigos de uma coligação AD-IL (e de um cenário sombrio sem Montenegro)

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, acompanhado pelo presidente do PS, Carlos César (D), e pelo cabeça de lista por Castelo Branco, Nuno Fazenda (E).

Uma “coligação radical” é tão perigosa como a “farinha do mesmo saco sentada à mesma ceia”. Foi dia de falar de fantasmas no comício socialista.

Ontem foi dia de avisos socialistas sobre fantasmas a caminho do dia das eleições, marcadas para 18 de maio — embora um número recorde de eleitores (333.347) se tenha inscrito no voto antecipado e vá votar já neste domingo, dia 11.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu que um eventual Governo da AD com a IL resultaria numa “coligação radical”, que “poria em causa o estado social” em Portugal.

“Para termos estabilidade nós precisámos mesmo de uma vitória do PS e ela é importante para fazermos uma mudança segura que o Governo da AD não conseguiu fazer. Falhou na saúde, falhou na economia e agora, com a IL, aí sim, teríamos uma coligação radical que poria em causa o Estado social em Portugal”, afirmou Pedro Nuno Santos, que falava durante uma arruada na cidade da Guarda.

Questionado sobre a estabilidade política em Portugal, o líder socialista reforçou a ideia de que, com o passado de Luís Montenegro, ele “não vai conseguir garantir estabilidade no futuro”.

“O PS com uma vitória conseguirá garantir as condições de estabilidade, vamos dialogar com os partidos, não há nenhum outro partido que consiga mais facilmente garantir a estabilidade do que nós. O atual primeiro-ministro não consegue, não garantiu até agora, não vai garantir no futuro”, salientou.

Poucas horas depois, o presidente do PS veio alertar para outro quadro “instável”, este, sem Montenegro na pintura.

Carlos César defendeu que a AD no Governo significa ter menos educação, saúde ou apoios sociais, avisando que a direita pode precisar do Chega para se “prolongar no poder” porque são “farinha do mesmo saco”.

Num discurso no comício em Vila Real, Carlos César fez apelos ao voto útil no PS e elogiou o secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, considerando que “honra o melhor da história do PS”.

“Todos o dizem nesta campanha eleitoral: a estabilidade política é essencial, mas uma coisa é o que alguns dizem e outra coisa é o que alguns fizeram ou fazem ou querem continuar a fazer como é o caso da AD e de Luís Montenegro. Já nem falo do Chega, que representa o pior da incivilidade na política portuguesa”, criticou.

No entanto, o presidente do PS deixou um aviso porque considerou que “não é impossível que a direita não precise” do Chega e que seja com o partido de André Ventura que “a direita se procure prolongar no poder”.

“Eles vêm da farinha do mesmo saco e, por mais que neguem três vezes, não podemos pensar que nos livramos de os ver sentados à mesma ceia, nem que seja sem Montenegro”, enfatizou.

Convicto na vitória do PS nas eleições de 18 de maio, Carlos César defendeu que “Portugal correria um sério risco” se houvesse um Governo da AD, “com ou sem Chega ou aliado à Iniciativa Liberal.

“A AD tem que ficar para trás, porque ela representa um sério risco de maior radicalização na política portuguesa e de enfraquecimento do serviço público e das políticas públicas ativas, sobretudo para o apoio social, para as políticas de educação e para as políticas de saúde. Ter a AD é ter menos educação, menos saúde e menos apoio social”, disse.

“A mudança de que precisamos não está nos filhos políticos de Passos Coelho e Cavaco Silva”, concluiu, insistindo na ideia do voto útil, especialmente nos distritos pequenos onde ” não vale a pena votar em partidos como o PCP, o BE, o PAN ou o Livre” e é “preciso concentrar votos no PS”.

ZAP // Lusa

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