LUDOVIC MARIN ; POOL/EPA

O Presidente francês, Emmanuel Macron.
Força será composta por “vários países europeus”, mas ainda não houve acordo sobre quais serão. Macron contava com os EUA, mas vai preparar plano em conjunto com o Reino Unido sem incluir Trump.
O Presidente francês anunciou esta quinta-feira que haverá uma força de segurança europeia na Ucrânia em caso de paz, no final da cimeira de Paris sobre o país, que contou com a presença de 33 representantes dos países dispostos a ajudar a Ucrânia, incluindo o próprio líder ucraniano Volodymyr Zelenskyy e o primeiro-ministro Luís Montenegro.
A força será assegurada por “vários países europeus”, disse Emmanuel Macron, citado pela agência francesa AFP, sem especificar que países poderão participar.
Segundo Macron, não se trata de uma força de manutenção de paz, nem de forças presentes nas linhas da frente, nem forças que substituam o exército ucraniano.Trata-se de forças que “subscreverão um apoio a longo prazo e que funcionarão como dissuasoras de uma potencial agressão russa”, afirmou.
Macron admitiu que não houve unanimidade entre os aliados europeus sobre a questão, pelo que participarão na força militares de “alguns Estados membros” da coligação que apoia a Ucrânia. O Presidente francês disse que esperava o apoio dos Estados Unidos para o envio de uma força europeia, mas que também se quer preparar para um cenário sem Washington. Macron disse também que vai coordenar os esforços dos aliados relativamente à Ucrânia em conjunto com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Anunciou ainda que uma missão franco-britânica vai deslocar-se à Ucrânia “nos próximos dias” para preparar decisões sobre “o formato do exército ucraniano”, bem como o eventual envio de forças dos países aliados.
E Portugal?
Questionado sobre o possível envio de militares para a Ucrânia no âmbito de um processo de paz, o primeiro-ministro Luís Montenegro disse que abordou este tema na reunião.
Para Montenegro, uma iniciativa nesse sentido deve ter “perspetivas de uma paz justa e duradoura” e deve considerar “medidas e garantias dos parceiros europeus e transatlânticos”.
“Portugal não vai estar fora desse esforço para precisamente, no âmbito dessas garantias, podermos ter uma política de dissuasão e de manutenção de segurança. Mas estamos longe ainda, muito longe dessa fase. Nós assumimos o nosso compromisso com os nossos parceiros”, afirmou o primeiro-ministro.
Em 15 de março, o primeiro-ministro português já tinha participado por videoconferência na reunião de Londres com o objetivo de alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, garantindo que Portugal estará ao lado dos seus aliados “para garantir a paz e a segurança hoje e no futuro”.
O Presidente francês anunciou também a decisão de acelerar o pagamento dos “empréstimos decididos no G7” pela União Europeia (UE). Montenegro anunciou que Portugal aprovou hoje uma resolução em Conselho de Ministros para autorizar a realização de despesa até “205 milhões de euros para apoio militar à Ucrânia”. Até ao momento, Portugal já anunciou 455 milhões de euros para a Ucrânia e oito milhões de euros em apoio humanitário, de acordo com o Ministério da Defesa.
Sanções contra a Rússia vão ser aumentadas, não levantadas
Confirmou igualmente que os aliados “concordaram unanimemente que as sanções contra Moscovo não devem ser levantadas”, tal como já tinham anunciado os chefes dos governos alemão, Olaf Scholz, e britânico, Keir Starmer, à saída da cimeira.
Starmer afirmou mesmo que, pelo contrário, os aliados da Ucrânia têm estado a discutir de que forma poderão “aumentar as sanções” contra a Rússia.
China deve ter “papel muito ativo” na paz
Macron disse ainda esperar que o Presidente chinês, Xi Jinping, “possa desempenhar um papel muito ativo” na promoção da paz na Ucrânia.
“Dada a qualidade do seu diálogo com a Rússia, dada a iniciativa de paz que tomou com o Brasil há alguns meses, espero que o Presidente Xi possa desempenhar um papel muito ativo para nos ajudar a construir esta paz sólida e duradoura”, afirmou.
Macron acrescentou que “a China tem todo o direito de o fazer, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança e tendo em conta as iniciativas que já tomou”.
ZAP // Lusa
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