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Duplicou percentagem de pessoas que recusam a vacina contra a covid-19

Entre 16 de março e 18 de abril, a percentagem de pessoas que respondeu “não” ao SMS da vacinação contra a covid-19 duplicou.

Até domingo, dia 18 de abril, as autoridades de saúde enviaram quase 855 mil SMS para agendamento da vacina, um número que representa cerca de 42% dos portugueses já vacinados com, pelo menos, uma dose.

Num mês – de 16 de março a 18 de abril – a percentagem de pessoas que responderam “sim” ao agendamento aumentou de 52,78% para cerca de 71%. No entanto, segundo o ECO, duplicou a percentagem de pessoas que responderam “não”.

“Até às 18h00 do dia 18 de abril, foram enviadas 854.940 SMS, sendo que 605.806 utentes responderam ‘Sim’ (70,86%); 23.516 responderam ‘Não’ (2,75%), representando um total de respostas aos SMS de 73,6%”, revelam os dados divulgados pela task force e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

O matutino recorda que, até 16 de março, tinham sido enviadas “71.934 SMS de agendamento e obtidas 38.933 respostas“, sendo que, deste total, “37.970 pessoas (52,78%) responderam “Sim” ao agendamento e 963 (1,34%) disseram “Não”.

Isto significa que, no espaço de cerca de um mês, o grupo de respostas favoráveis ao agendamento passou de 52,78% para 70,86%, ou seja, um aumento de 18,08 pontos percentuais.

Mas há também um aumento de pessoas que rejeitam a data agendada, sendo que os motivos não são conhecidos. Há um mês, 1,34% dos utentes respondiam que “Não” ao agendamento sugerido, atualmente esta cifra situa-se nos 2,75% – a percentagem duplicou.

7% dos portugueses imunizados

O mais recente relatório de vacinação revela que, até domingo, havia 689.329 pessoas com as duas tomas da vacina contra a covid-19 em Portugal, um aumento de 53.332 pessoas. Segundo o Diário de Notícias, este número significa que 7% da população está imunizada.

Com a administração de 420.963 doses entre 11 e 18 de abril, Portugal passou a barreira de dois milhões de doses (2.015.225), ou cerca de 20% da população, desde o início da vacinação, em 27 de dezembro.

A maior percentagem de vacinados concentra-se no Alentejo: 25% com a primeira dose e 11% com as duas. Na região Centro também há 25% de habitantes com a primeira toma e 9% com a vacinação completa.

Pelo contrário, Algarve, Norte e Lisboa e Vale do Tejo são as regiões com menor percentagem de habitantes com a vacinação completa, 6%.

Lisboa e Vale do Tejo é a região onde foram administradas mais vacinas, com um total de 888.770 doses, seguindo-se o Norte (876.591), o Centro (553.844), o Alentejo (166.527), o Algarve (97.785), a Madeira (69.737) e os Açores (48.495).

Vacinar 100 mil pessoas por dia

Dentro de duas a três semanas, será possível vacinar em média 100 mil pessoas por dia, um processo que será “complexo” pela rapidez e número de doses a administrar, anunciou o coordenador da task force.

“Imaginem o que é ter um processo que mete 1% da população portuguesa todos os dias num determinado local para ser vacinada, de forma organizada e sem perturbações. Sete dias por semana sem cansaço e sem descansos”, referiu Gouveia e Melo.

Segundo o responsável, a segunda fase da vacinação está a ser organizada e testada e as “indicações são positivas”, sendo necessário vacinar cerca de 100 mil pessoas diariamente, já “dentro de duas a três semanas”, para utilizar todas as vacinas que o país vai receber.

“Passamos de uma fase de detalhe para uma fase em que a fluidez do processo é a coisa mais importante”, salientou o coordenador da task force, para quem esta segunda fase do plano de vacinação “tem como objetivo libertar a economia e libertar os portugueses deste vírus”.

Gouveia e Melo adiantou ainda que Portugal está a vacinar já a ritmo “muito acelerado”, face às vacinas que tem disponíveis, o que faz com que o stock deste fármaco seja apenas o “mínimo de reserva para garantir as segundas doses mais imediatas”.

“Nós estamos a passar da fase de menor disponibilidade de vacinas, em que a grande preocupação era concentrar as vacinas nas pessoas mais frágeis, para uma fase de maior disponibilidade, em que a preocupação é libertar as pessoas desta pandemia e libertar a economia”, salientou o responsável da task force.

Segundo disse, esta segunda fase do plano vai obrigar a uma capacidade de agendar “100 mil pessoas todos os dias de forma correta e sem falhas”, o que levou à criação de um sistema de autogendamento da vacinação, “evitando ser o sistema central a encontrar as pessoas” para serem vacinadas.

Depois de admitir que os “ziguezagues” que se verificaram com algumas vacinas, como é o caso da AstraZeneca, “retiram confiança na população no processo de vacinação”, Gouveia e Melo adiantou que a task force tem desenvolvido um trabalho de “comunicar, planear e organizar o processo” de vacinação.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

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