Centenas de drones kamikaze ucranianos seguiram em direcção a Moscovo, nas últimas semanas – mas nenhum atingiu mesmo a capital. Mais de 200 encerramentos em aeroportos.
A Ucrânia tem intensificado os ataques aéreos à Rússia em 2025. Em Março, por exemplo protagonizou o seu maior ataque aéreo desde que a guerra começou; foram lançados 337 drones numa madrugada.
A zona de Moscovo tem sido um alvo privilegiado: só ao longo das últimas semanas, voaram dezenas de drones kamikaze ucranianos em direcção à capital.
Mas nenhum chegou mesmo à cidade. O objectivo principal – e conseguido – era afectar Moscovo e arredores, até a Rússia no geral, mas sem atingir verdadeiramente a cidade.
Desde 1 de Janeiro, os drones ucranianos já causaram pelo menos 217 encerramentos temporários de aeroportos na Rússia. É mais do que os últimos dois anos juntos.
Atacar aeroportos em Moscovo e regiões vizinhas. Desintegrar regiões russas, enfraquecer o controlo interno.
É uma mudança de estratégia de Kiev, no que diz respeito a drones: “Moscovo é o maior centro de aviação da Federação Russa — os voos vão para todo o lado, não apenas pela Rússia, mas para todo o mundo”, disse Serhii Bratchuk, um porta-voz do Exército de Defesa da Ucrânia, no Kyiv Independent.
Só nas três noites anteriores a 9 de Maio (Dia da Vitória), cerca de 60 mil passageiros foram afectados pelos ataques de drones. Só nos últimos dias a Rússia abateu 485 drones ucranianos; 63 deles sobre a região de Moscovo.
Três aeroportos suspenderam viagens na última madrugada, novamente por causa de drones ucranianos que estavam “a voar em direcção a Moscovo”, admitiu o presidente da Câmara Municipal de Moscovo, Sergei Sobyanin.
Tudo porque “a população russa tem de pagar por esta guerra. Dormir em tendas no aeroporto não é o preço mais alto, mas afecta o moral”, continuou Serhii Bratchuk, sobre o efeito psicológico nos passageiros.
Esta táctica também força os sistemas de defesa aérea russos a estarem num estado de alerta constante. Outra ideia é enfraquecer as defesas aéreas da Rússia.
Mas não é só a população que está a pagar por estes ataques. A economia também sofre quando os aeroportos fecham (embora numa escala pequena, segundo os economistas ouvidos pelo jornal ucraniano).
Isto, recorde-se, num país em que as viagens aéreas são essenciais – a Rússia é o maior país do mundo.
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