O Banco Central Europeu (BCE) decidiu apostar num conjunto de medidas de dimensão reduzida que vão tentar, em conjunto, reanimar a economia europeia e trazer a taxa de inflação para valores próximos de 2%. Este é o último plano da era Draghi.
O BCE vai reduzir a sua taxa de depósito de -0,4% para -0,5%. Ao descer esta taxa, a autoridade monetária dá um incentivo extra aos bancos para que não acumulem reservas e passem a injetar mais dinheiro na economia, através e empréstimos às famílias e empresas.
Além disso, o banco central decidiu apostar numa medida que isenta parte das reservas dos bancos da aplicação da taxa de juro de depósito negativa. As poupanças dos bancos da zona euro podem assim ascender aos 2000 milhões de euros, de acordo com a estimativa dos analistas do ABN Amro.
Em dezembro, o BCE deu por concluído o seu programa de compra de ativos, através do qual tinha adquirido mais de 2 biliões de dívida pública dos Estados-membros, contribuindo para a redução registada nos últimos anos nas taxas de juro da dívida dos diversos países europeus.
Segundo o Público, o BCE volta agora atrás, através da realização de compras líquidas de ativos de 20 mil milhões de euros ao ano. É um ritmo de compras mais baixo do que aquele que se registava no final de 2018 e fica abaixo daquilo que eram as expectativas dos mercados. No entanto, o BCE não define um prazo limite para a aplicação do programa.
Em relação aos bancos, a taxa de juro praticada vai ainda ser mais baixa, podendo em alguns casos chegar aos -0,5%, e o prazo dos empréstimos pode passar dos dois anos para os três anos.
O BCE alterou também as garantias que dá relativamente ao momento em que irá voltar a subir as taxas de juro. Até agora, definia um prazo temporal mínimo em que se comprometia a não subir taxas.
Agora, passou a dizer que irá manter as suas taxas de juro “ao seu atual nível ou mais baixo até que veja a inflação a convergir robustamente para um nível suficientemente próximo, mas abaixo, de 2%, dentro do horizonte de projecção”.