Dragão mora no topo à espera do dérbi

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Vitória contundente do Porto por 4-0 no dérbi da Invicta. Os “dragões” vão dormir na liderança, à espera do resultado do dérbi lisboeta entre o Benfica e o Sporting, este domingo.

Após uma primeira parte em que o Boavista conseguiu dar luta e ir para o intervalo a perder pela margem mínima, a segunda metade trouxe um Porto mais dominador, com as suas individualidades a protagonizarem belos momentos de futebol, com especial destaque para mais uma boa exibição do jovem Rodrigo Mora, com um golo e uma assistência.

O encontro entre Porto e Boavista foi marcado por uma primeira parte muito intensa e disputada, com inúmeras faltas (17) e vários cartões amarelos (quatro), num ambiente de grande tensão característico de um dérbi.

Os “azuis-e-brancos” chegaram ao intervalo a vencer por 1-0, graças a um excelente golo de Samu, que concluiu com classe uma bela jogada colectiva.

Apesar de dominarem a posse (73%) e terem criado duas oportunidades flagrantes, os “dragões” não conseguiram ampliar a vantagem, em parte devido a duas boas intervenções do guarda-redes César.

Por outro lado, a equipa “axadrezada”, que até começou bem o jogo, foi tentando fechar as linhas aos portistas, apresentando-se muito compacta, privilegiando as transições, mas não conseguindo criar qualquer situação de perigo.

A segunda parte do dérbi foi amplamente dominada pelo FC Porto, que aumentou a vantagem logo no início e construiu um resultado contundente. Nico, após desperdiçar uma oportunidade clara ao minuto 50, redimiu-se aos 55, concluindo com frieza após assistência de Rodrigo Mora numa jogada ensaiada.

Com o Boavista completamente desmoralizado, o “dragão” aproveitou a fragilidade do adversário para aplicar o golpe final, com um golaço do jovem Rodrigo Mora num contra-ataque letal.

Apesar das inúmeras oportunidades para uma goleada ainda maior, evitada graças a intervenções de César e ao desacerto de Iván Jaime, os “azuis-e-brancos” selaram o 4-0 com o bis de Samu perto do apito final, coroando uma exibição de grande superioridade na etapa complementar.

O Jogo em 5 Factos

1. Variar para desmontar

A variação do centro de jogo (15) foi uma das ferramentas primordiais dos “dragões” para desmontar a bem organizada defesa axadrezada. O Porto quase duplicou o seu anterior máximo (8).

2. Bolas longas para acelerar

Os “azuis-e-brancos”, ao recorrerem a 58 passes longos, conseguiram completar 42 desses, batendo o seu anterior máximo (41).

3. Circulação criteriosa

Novo mínimo de duelos aéreos ofensivos (quatro) disputados pelos “dragões”, demonstrando que, apesar do grande volume tanto de passes longos como de variações do centro de jogo, estes foram maioritariamente destinadas a jogadores que se encontravam “sozinhos”. O Porto terminou a partida com 73% de posse de bola, novo máximo da equipa na Liga.

4. Penetração no último terço

As quatro conduções super progressivas do Porto nesta partida, todas para penetrar a área de penálti adversária, igualam o anterior máximo da equipa, prova de que os anfitriões tiveram muito espaço para progredir com bola.

5. Jogo de “xadrez”

Os “axadrezados” atingiram novo mínimo de acções da equipa na Liga (330), ficando muito perto de igualar as 328 do Casa Pia frente ao Sporting (mínimo da prova). O Boavista foi tentando travar o Porto em termos posicionais sem engajar com os jogadores adversários, forçando os “dragões” a jogar pacientemente por fora. Curiosamente, tentaram pressionar em zonas mais adiantadas do terreno, com nove acções defensivas no meio-campo adversário, mais uma que os portistas.

Melhor em Campo

Dois golos, um a abrir e outro a fechar o activo. Com cinco remates, três deles enquadrados (uma oportunidade flagrante desperdiçada), Samu foi o mais rematador da partida.

Muito requisitado pelos colegas de equipa para criar dificuldades aos “axadrezados”, foi por larga margem o jogador com mais passes progressivos recebidos (16). Leva 14 golos na Liga.

Resumo

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