Dormir pouco pode dizer muito sobre a sua inteligência

Um novo estudo revelou que há uma conexão entre a duração do nosso sono com o nosso volume cerebral, e trouxe à luz informações interessantes sobre os chamados short sleepers – indivíduos que dormem menos de 6 horas por dia.

Um estudo, publicado em julho, no Journal of Neuroscience, que analisou os dados do UK Biobank forneceu novas perspetivas sobre a ligação entre a duração do sono e a função cognitiva.

Curiosamente, os short sleepers, quando não apresentam sonolência diurna, tendem a ter volumes cerebrais maiores, comparativamente aos que dormem mais horas.

O sono é essencial para diversas funções fisiológicas, onde se incluem a reparação de tecidos, equilíbrio hormonal e estabilidade emocional.

O sono insuficiente tem sido associado a um risco elevado de várias doenças crónicas, incluindo doenças cardíacas e diabetes.

Embora a maioria dos profissionais de saúde recomende entre 7 a 9 horas de sono por noite, estima-se que cerca de metade da população durma menos do que isso.

De acordo com o PsyPost, 6,5% da população dorme menos de 6 horas – e o que está a intrigar os cientistas é que muitos destes não relatam sonolência excessiva, durante o dia.

Para explorar esta observação, Anders M. Fjell, autor principal do estudo, e a sua equipa decidiram examinar a função cognitiva e os volumes cerebrais dos short sleepers, usando dados do UK Biobank, Lifebrain e do Human Connectome Project.

Usando imagens de ressonância magnética, os cientistas estudaram as relações entre a duração do sono e o volume/saúde cerebral.

Conclusões

Sem espanto, os short sleepers tendiam a relatar mais sonolência e perturbações no sono. Além disso, os volumes cerebrais eram consideravelmente menores nos short sleepers que apresentavam problemas relacionados com o sono.

No entanto, os short sleepers sem perturbações no sono tinham volumes cerebrais maiores, comparativamente aos que dormiam mais.

quem dormia mais e tinha, igualmente, perturbações apresentou volume cerebral reduzido.

Os investigadores concluíram que, embora algumas pessoas durmam menos horas e não mostrem decréscimos nos volumes cerebrais, estas mesmas pessoas tendem a ter habilidades cognitivas ligeiramente mais baixas.

No entanto, a causalidade deste fenómeno ainda não é 100% clara: a variabilidade individual na necessidade de sono, influenciada por fatores genéticos e ambientais, torna difícil estabelecer recomendações gerais sobre a duração ideal do sono.

ZAP //

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