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Dormir bem? Depois da pandemia, não

O novo coronavírus criou uma “nação” de pessoas com insónias. Trabalhar menos horas pode ajudar.

Insónias. Já eram um problema para muita gente até ao início de 2020 mas a pandemia que mudou o mundo também veio mudar esses números e agora há mais pessoas a não conseguir dormir bem.

Esta é uma das consequências negativas da COVID-19 é o assunto em destaque no portal Vox, que anuncia uma “nação” de pessoas com insónias que o novo coronavírus criou.

As primeiras palavras, e o primeiro exemplo, vêm de Courtney Boen, professora universitária: “Eu agora levanto-me horas antes de os meus filhos se levantarem. Só assim consigo ter um tempo para mim, para escrever e para trabalhar. E sei que não estou sozinha nisto”.

Assim se retrata um dos motivos que aumentaram esta “nação”: a alteração forçada de rotinas familiares. Que faz diferença, sobretudo quando há filhos em casa. As mães e os pais dormem menos horas porque precisam dessas horas para completarem tarefas relacionadas com o trabalho (porque passaram a gastar mais tempo a dar atenção aos filhos).

Provavelmente mais importante do que a alteração de rotinas, é a ansiedade. Um vírus que parou o mundo, uma crise internacional, a novidade, a incerteza, o desemprego, o desespero, os desafios que nem se sabia (e por vezes ainda não se sabe) quais seriam… Tudo isto criou novas rotinas mas também novas responsabilidades e muitos transtornos psicológicos. E muitas insónias.

Algumas pessoas até já se habituaram a dormir “às prestações” e a ter picos de ansiedade às 3h da madrugada, indica o artigo, que lamenta: “A vida é mesmo assim, agora”.

E a própria doença, a COVID-19. A insónia não está na lista dos sintomas mais frequentes mas as dificuldades em respirar estão – e isso atrapalha, no momento de tentar adormecer.

A privação do sono tornou-se um problema social. E pode originar falhas de memória, de concentração, erros na organização do trabalho, ou até diabetes, depressões e doenças cardiovasculares.

Melhorar a vida…enquanto estamos acordados

Mas o que se pode fazer para combater ou suavizar este problema?

Melhorar a vida das pessoas enquanto estão acordadas. Essa é a primeira e principal resposta.

Tentar voltar às rotinas que tínhamos (se forem positivas) antes da pandemia é um caminho. Mesmo se estivermos sempre em casa, há um horário de entrada e de saída do trabalho – e não nos devemos esquecer do relógio.

Pedir ajuda é outro caminho. Recorrer a ajuda médica ou a outras terapias que permitam perceber o que está a acontecer (e porque está a acontecer) e como evitar as insónias.

Do lado dos patrões, podem surgir outras condições na empresa, como horários no emprego mais flexíveis e outros incentivos que permitam outra estabilidade familiar.

E trabalhar menos horas por dia também pode ajudar. Um estudo, ainda em 2002, demonstrou que trabalhar 30 horas por semana faz as pessoas dormir mais e melhor. E reduz a probabilidade da existência de problemas cardíacos e respiratórios.

Nuno Teixeira, ZAP //

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