Os proprietários do vulcão Whakaari, na Nova Zelândia, foram condenados por violação das leis de segurança no trabalho depois da erupção de 2019 que causou 22 mortos.
O Tribunal Distrital de Auckland decidiu que a Whakaari Management, propriedade dos irmãos Andrew, James e Peter Buttle, não cumpriu as obrigações de segurança antes de uma visita turística ao vulcão.
O Whakaari entrou em erupção a 9 de dezembro de 2019 quando dezenas de turistas se encontravam na ilha ou perto dela, matando 22 pessoas e ferindo 25.
O Tribunal da Nova Zelândia considerou, agora, que a Whakaari Management não tomou as medidas necessárias para evitar “expor qualquer pessoa ao risco de morte ou ferimentos graves”, como referiu o juiz Evangelos Thomas na leitura da decisão.
O magistrado explicou que a empresa que está nas mãos da família Buttle desde 1936, cometeu um erro grave ao não procurar mais informações junto de especialistas para reduzir os riscos ligados à atividade vulcânica.
“Não deveria ter sido uma surpresa que o Whakaari pudesse entrar em erupção a qualquer momento e sem aviso prévio, com risco de morte e ferimentos graves”, afirmou o magistrado.
O julgamento começou em julho passado, com os sobreviventes a testemunharem que não tinham sido devidamente informados dos riscos da visita.
O Whakaari entrou em erupção quando se encontrava em alerta 2 (numa escala de 5), que previa uma atividade vulcânica moderada, e quando 47 pessoas, na maioria turistas, se encontravam na ilha.
Com a decisão do tribunal, a Whakaari Management junta-se a outras empresas – que anteriormente aceitaram a acusação – que podem ser multadas até 1,5 milhões de dólares neozelandeses (825 mil euros) em audiências previstas para fevereiro de 2024.
Anteriormente, os tribunais neozelandeses já tinham rejeitado as acusações contra outras seis organizações e contra os três irmãos Buttle, individualmente, enquanto diretores da Whakaari Management.
ZAP // Lusa