Dupuytren é uma condição rara para a maioria dos humanos mas, por alguma razão, 30% dos noruegueses com mais de 60 anos são portadores da doença. Novo estudo pode finalmente explicar as origens da “doença Viking”.
A doença de Dupuytren é, de acordo com a CUF, uma condição indolor que pode limitar a mobilidade de um ou mais dedos. Em alguns casos, pode chegar a provocar espessamentos das articulações dos dedos e até contraturas no pénis.
A condição desenvolve-se lentamente com o aparecimento de um nódulo na palma da mão, mais frequentemente nos dedos anelar e mindinho. Progressivamente, estes dedos retraem-se sobre a palma da mão, dificultando tarefas básicas diárias.
Não se conhecem ao certo as causas da doença nem há uma cura permanente, mas fatores de risco prendem-se ao consumo de álcool, diabetes e predisposição genética.
A doença foi descrita em 1832 pelo Barão Guillaume de Dupuytren, que inspirou o nome da condição.
Quem estuda a rara doença já sabia que esta é muito mais comum em europeus nórdicos do que em europeus de descendência africana.
Aliás, estudo dinamarquês sobre a condição indicou, de acordo com o Phys.org, que há uma forte influencia dos genes, com uma hereditariedade de 80%. Outro estudo indicou uma surpreendentemente elevada taxa de 30% de noruegueses com mais de 60 anos portadores da condição, considerada rara em descendentes africanos.
Pela sua maior representação nos povos nórdicos, a doença ganhou a alcunha de “doença Viking”.
É também sabido que pessoas com ascendência sul-africana têm poucas ligações genéticas com Neandertais e Hominídeos de Denisova (espécie descoberta na Sibéria e no Tibete) — diferenças regionais genéticas que levaram investigadores a investigar a forte presença da Dupuytren entre europeus.
A partir de uma amostra de quase oito mil casos, encontraram 61 variantes em todo o genoma associadas à doença. Três dessas variantes tinham origem neandertal, incluindo a segunda e terceira variante com associações mais fortes.
A partir da descoberta, exposta em estudo publicado na Imprensa da Universidade de Oxford, pode-se concluir que a ascendência neandertal é um fator significativo para explicar a prevalência da doença na Europa contemporânea.