Até 2050, metade da população mundial pode estar em risco devido a doenças transmitidas por mosquitos como dengue ou o vírus do Zika.
Uma combinação de mudanças ambientais, urbanização e movimentos humanos em todo o mundo estão a ajudar os mosquitos a espalharem-se para novas áreas, de acordo com os resultados do estudo publicado na revista Nature Microbiology.
“Encontramos evidências de que, se nenhuma ação for tomada para reduzir a atual taxa de aquecimento, haverá habitats em muitas áreas urbanas com grandes quantidades de indivíduos suscetíveis a infeções”, disse Moritz Kraemer, do Hospital Infantil de Boston e a Universidade de Oxford.
A investigação concentra-se nas espécies de mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, ambas conhecidas pela sua capacidade de transportar e transmitir doenças.
O novo estudo analisou dados de rastreamento de mosquitos dos Estados Unidos e da Europa, incorporando uma variedade de fatores num modelo para prever a disseminação da espécie nas próximas décadas.
Os investigadores conduziram as simulações em três diferentes cenários climáticos potenciais, assumindo níveis moderados, altos e severos de futuras mudanças climáticas.
Atualmente, os dados sugerem que o Aedes aegypti está a espalhar-se pelos Estados Unidos – a partir dos estados do sul – a uma taxa de cerca de 59 quilómetros por ano, embora se tenha espalhado em taxas mais rápidas no passado. Por outro lado, o Aedes albopictus parece estar a espalhar-se a taxas cada vez mais rápidas em toda a Europa, atualmente a uma taxa de cerca de 63 quilómetros por ano.
O estudo sugere que as duas espécies vão continuar a espalhar-se pelo mundo nas próximas décadas, embora os fatores que as impulsionem possam mudar com o passar do tempo.
A curto prazo, o estudo constata que as mudanças ambientais provavelmente não farão muita diferença na taxa de disseminação, pois os mosquitos expandem-se naturalmente. Mesmo sob as condições climáticas atuais, espera-se que ambas as espécies continuem a mover-se para novas áreas.
No longo prazo, porém, espera-se que as mudanças climáticas e outros fatores, como o aumento da densidade populacional e a urbanização, se tornem grandes influências no número de pessoas expostas a doenças transmitidas por mosquitos.
Entre 2030 e 2050, a mudança climática – que pode tornar as áreas anteriormente impróprias habitáveis para os mosquitos através do aumento das temperaturas e condições mais húmidas – provavelmente tornar-se-á um fator primordial. Quanto mais severo for o cenário futuro das mudanças climáticas, maior a população em risco.
No geral, a investigação constata que pelo menos 49% da população mundial estará em risco de doenças transmitidas por mosquitos até 2050. Este percentual continuará a crescer, mesmo sob cenários climáticos moderados.
Como resultado, os cientistas observam que “reduzir as emissões de gases do efeito estufa seria desejável para limitar o aumento de habitats adequados“.
ZAP // Scientific American
Aqui em Portugal penso haver uma boa solução para o combate, uma vez que a grande maioria das aves de caça já estão em vias de extinção devido a uma caça intensiva por parte dos caçadores há que voltar agora as armas para os mosquitos e assim teremos três bons resultados numa única solução, o combate aos mosquitos, o não deixar morrer o prazer do vício da caça e a continuação dos impostos sobre a mesma.