Do bisavô ao bisneto: a família Estaline continua a gerar polémica

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Uma obra religiosa com a imagem de Estaline foi vandalizada, esta quarta-feira, na capital da Geórgia, motivando protestos. Hoje, noutra geração dos Stalin, o bisneto veio dizer que a Rússia está a travar uma guerra ilegal com a Ucrânia.

Esta quarta-feira, a polícia travou uma série de tumultos na Geórgia, depois de um ícone religioso com a imagem de Estaline ter sido vandalizado, numa catedral em Tiblíssi, a capital do país.

Como detalha a Euronews, a obra de arte em questão (instalada recentemente) tem um painel lateral com a representação de Estaline a ser abençoado pela Santa Matrona de Moscovo – uma santa ortodoxa russa, durante a II Guerra Mundial.

O ícone foi alvo de um ataque com tinta, por parte de um mulher, que partilhou o episódio nas redes sociais. Na sequência, uma multidão manifestou-se à porta da casa da delituosa.

Mais de 70 anos após a sua morte (a 5 de março de 1953), Estaline – que nasceu em Gori, na Geórgia – continua a gerar muita polémica e a ser motivo de revolta.

De acordo com a Euronews, o ícone religioso já foi limpo e encontra-se sob “vigilância apertada”.

Bisneto também causa polémica

Esta sexta-feira, o bisneto de Estaline Jakov Dzhugashvili disse que a guerra da Rússia contra a Ucrânia era ilegal, porque as autoridades não consultaram o povo quando enviaram tropas para o país vizinho.

“Para que as Forças Armadas participem nesta guerra, têm de ser enviadas para o campo de batalha pelos órgãos do Estado russo sob as instruções e em nome do povo russo”, disse o descendente do ditador soviético.

O bisneto de Estaline – de 50 anos, que vive atualmente em Moscovo – disse à agência espanhola EFE que nenhuma das câmaras do Parlamento russo, emitiram “uma única lei ou disposição legal alusiva à guerra, à Ucrânia ou à operação militar especial”.

“Não existe qualquer documento no sítio Web do Presidente sobre o início da SVO [operação militar especial]. Assim, o povo russo não enviou as Forças Armadas para a guerra na Ucrânia, nem diretamente nem através dos seus poderes estatais”, afirmou Dzhugashvili, que tem o mesmo nome e apelido que o filho mais velho de Estaline.

Referindo-se à anexação da península ucraniana da Crimeia, disse que, a 1 de março de 2014, o Senado russo não hesitou em especificar para onde e com que finalidade enviava tropas.

“E no documento de 22 de fevereiro de 2022 [o Senado] não se atreveu, porquê? Porque em 2014 as ações da Rússia eram legais e em 2022 já não o são”, insistiu.

Quanto ao bisavô, afirmou que as autoridades estão a utilizar o nome de Estaline, da União Soviética e da Grande Guerra Patriótica (1941-45), o episódio soviético da Segunda Guerra Mundial, para fins de propaganda.

Segundo Dzhugashvili, o objetivo é “convencer o povo russo de que a operação militar especial na Ucrânia é tão justa como a Grande Guerra Patriótica”.

ZAP // Lusa

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