A dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, aumentou 1.300 milhões de euros em maio para o valor recorde de 280,4 mil milhões de euros, informou hoje o Banco de Portugal (BdP).
De acordo com o banco central, “este acréscimo refletiu, essencialmente, o empréstimo concedido pela Comissão Europeia ao abrigo do Mecanismo de Recuperação e Resiliência”, de 600 milhões de euros.
Houve ainda emissões líquidas de títulos de dívida no valor de 400 milhões de euros e o aumento de responsabilidades em depósitos de 300 milhões.
Já os depósitos das administrações públicas aumentaram 2.700 milhões de euros, pelo que, deduzida desses depósitos, a dívida pública diminuiu 1.300 milhões de euros para 254,7 mil milhões de euros.
No primeiro trimestre, a dívida pública na ótica de Maastricht tinha recuado para 127,0% do Produto Interno Bruto (PIB), menos 0,4 pontos percentuais face ao final do trimestre anterior, segundo avançou o BdP no passado dia 2 de maio.
Em março de 2022, a dívida pública totalizava 276 mil milhões de euros, mais 1.200 milhões de euros do que em fevereiro, realça a Lusa.
O peso da dívida pública em proporção ao produto interno bruto (PIB) registou uma forte redução histórica em 2021, segundo dados do Banco de Portugal.
No entanto, a subida do endividamento público foi tão pronunciada que só deve regressar aos níveis pré-covid (116,6% do PIB) em 2026 ou mais tarde, indicam projeções recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Apenas quando acabar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou depois. Em 2026, o FMI estima ser possível baixar para 115%. Antes disso, é complicado.