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Dívida pública pode atingir 141,8% do PIB em 2020

Nuno Fox / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

Esta quarta-feira, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) apresentou dois cenários para a evolução da economia e das finanças públicas no período 2020-2022.

De acordo com as estimativas divulgadas esta quarta-feira pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP), a dívida pública deverá atingir entre 133,1% e 141,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano devido à crise causada pela pandemia covid-19.

“Projeta-se que a dívida pública registe um forte agravamento do seu peso no PIB em 2020, seguindo-se uma redução ao longo do restante horizonte de projeção embora para níveis muito acima do período pré-pandemia”, avança o organismo no seu relatório “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2020-2022”.

O organismo explica que, devido à “elevada incerteza e riscos inerentes” no atual contexto de pandemia, o CFP optou por apresentar dois cenários, um cenário base e um cenário severo, tendo em conta o impacto das medidas de confinamento e de política económica e orçamental.

No cenário base, o organismo presidido por Nazaré Costa Cabral projeta um aumento do rácio da dívida de 15,3 pontos percentuais (p.p.) do PIB, para 133,1%, enquanto no cenário severo esse aumento é de 24 p.p., elevando o rácio da dívida para 141,8% do PIB.

“Em qualquer dos cenários, o significativo aumento do rácio da dívida em 2020 é explicado pelo expressivo efeito dinâmico desfavorável, que traduz a conjugação do rácio de dívida preexistente com a contração da atividade económica e o efeito desfavorável dos juros”, explica o conselho.

Já a redução projetada até 2022 “colocará aquele indicador em 129,8% do PIB no cenário base” e em 137,6% no cenário severo, diz o conselho liderado por Nazaré Costa Cabral.

Em relação ao défice, e depois do excedente de 0,2% do PIB alcançado em 2019, este deverá atingir 6,5% a 9,3% do PIB em 2020.

O organismo estima que as medidas de combate à pandemia tenham um impacto orçamental de 3.012 milhões de euros (1,5% do PIB) no cenário base e 4.564 milhões de euros (2,4% do PIB) no cenário severo.

Já o emprego, segundo avança o Expresso, deverá contrair entre 5% a 7,2% em 2020 para depois subir, lentamente, entre 2,2% a 2,6% em 2021 e somente entre 1% a 1,5% em 2022.

Por sua vez, a taxa de desemprego deverá duplicar de 6,5% em 2019 para 11% a 13,1% da população ativa em 2020. Nos dois anos seguintes, ainda permanecerá acima dos níveis pré-pandemia, entre 9% a 10,8% em 2021 e entre 8,1% a 9,5% em 2022.

ZAP // Lusa

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