Rui Farinha / Lusa
Daniel Adrião, militante do Partido Socialista
Daniel Adrião decidiu avançar com uma candidatura independente à presidência da junta de freguesia de São Vicente, após não ter sido escolhido como candidato do PS. O dirigente arrisca ser expulso do partido.
Daniel Adrião, militante socialista conhecido pela sua voz dissidente e pelas suas sucessivas candidaturas à liderança do partido em 2016, 2018, 2021 e 2023, está em risco de ser expulso do PS.
Adrião decidiu avançar com uma candidatura independente à junta de freguesia de São Vicente, em Lisboa, após ver rejeitada a sua pretensão de ser o candidato oficial do PS naquela freguesia.
A decisão foi comunicada à direção do PS a 10 de março, mas Adrião não obteve apoio interno para concorrer pela via oficial, levando-o a optar por uma candidatura própria, cuja apresentação está marcada para esta sexta-feira no Miradouro da Graça. A freguesia em causa. que abrange zonas emblemáticas de Lisboa como Alfama, Graça, Mouraria e Sapadores, é atualmente liderada pelo PS, que concorre novamente no âmbito de uma coligação com o Livre, BE e PAN.
Apesar de avançar como independente, Daniel Adrião mantém a militância no PS e integra, aliás, órgãos nacionais relevantes como a Comissão Política Nacional e a Comissão Nacional. No entanto, ao encabeçar uma lista concorrente à do seu partido, arrisca-se a ser alvo de um processo disciplinar com possível expulsão. Os estatutos do PS preveem a expulsão de militantes que integrem ou apoiem expressamente listas opostas às definidas pelos órgãos competentes do partido. Casos semelhantes em anteriores autárquicas já resultaram na expulsão de centenas de militantes.
Em declarações ao Expresso, Adrião defende a legalidade da sua decisão, sublinhando que “a lei autárquica não impede que militantes dos partidos integrem listas de grupos de cidadãos eleitores”. Adrião acrescenta ainda que, como membro da Comissão Política Nacional, sempre votou “contra todos os processos de expulsão de militantes que integraram listas de grupos de cidadãos eleitores.”
Tá bem tá… o PS ainda acaba como o PCP