O diretor-geral da Alimentação e Veterinária, Fernando Bernardo, demitiu-se após o incêndio nos canis de Santo Tirso e as críticas do primeiro-ministro António Costa.
O diretor-geral da Alimentação e Veterinária, Fernando Bernardo, demitiu-se, segundo avança esta terça-feira a TSF. A rádio garante que a informação já foi confirmada pelo Governo e a demissão foi aceite pelo Ministério da Agricultura.
Num email enviado aos colegas a comunicar a decisão, Fernando Bernardo deixa um agradecimento a todos os trabalhadores pela sua “dedicação, exigência e rigor”, enviando os seus votos para que “o futuro possa trazer tudo o que não foi possível alcançar nos últimos quatro anos”.
Fernando Bernardo pediu a demissão no mesmo dia em que recebeu duras críticas do primeiro-ministro António Costa durante o debate sobre o Estado da Nação. O chefe do Governo português classificou como “absolutamente intolerável” o incidente em Santo Tirso que levou à morte de dezenas de animais.
“Eu não estava cá mas vi aquilo que foi de facto o que disse, e bem, o massacre chocante dos animais em Santo Tirso”, disse António Costa.
“Não tenho dúvidas que temos que repensar [a orgânica do Estado] porque obviamente a DGAV não está feita para cuidar de animais de estimação e manifestamente não tem revelado capacidade ou competência de se ajustar à nova realidade legislativa que temos”, acrescentou.
O incêndio nos dois canis vitimou 69 cães e quatro gatos. Em contrapartida, conseguiu-se salvar pelo menos 190 animais com vida.
O Ministério da Agricultura, tutelado por Maria Céu Antunes, já veio esclarecer que os dois abrigos afetados pelas chamas “não têm qualquer registo” na DGAV.
O ministro da Administração Interna, por sua vez, determinou a abertura de um inquérito à atuação da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Proteção Civil no incêndio. Também a Procuradoria-Geral da República anunciou a abertura de um inquérito do Ministério Público ao caso.