Luís Botelho Miguel pediu demissão do cargo, Francisca Van Dunem aceitou a decisão, com efeitos (quase) imediatos.
Luís Botelho Miguel vai deixar de ser o director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
O tenente-general pediu a demissão do cargo, decisão que já foi aceite por Francisca Van Dunem, ministra da Administração Interna.
O despacho publicado nesta terça-feira no Diário da República confirma a saída e indica que Botelho Miguel deixará de ser director já amanhã, quarta-feira.
Luís Botelho Miguel era director nacional do SEF desde Dezembro de 2020. Na altura foi indicado uma semana depois de Cristina Gatões também se ter demitido, depois do caso da morte de um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa. Inspectores do SEF terão omitido factos no caso.
O mestre em Ciências Militares e licenciado em Engenharia de Sistemas Decisionais sai agora, numa decisão que terá surpreendido os funcionários e os inspectores do serviço.
Não há ainda justificação oficial para esta demissão, mas a saída de Luís Botelho Miguel estará relacionada com a iminente extinção do SEF, cujas competências serão transferidas para Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana e Polícia Judiciária.
Para já, o SEF está em funções até Maio deste ano. “Estão em causa mais de 1.700 pessoas que não sabem o que lhes vai acontecer depois de Maio e até agora não foram ouvidas e ninguém lhes explicou as opções que têm pela frente”, lamentou fonte do serviço ao jornal Público.
“Botelho Miguel surpreendeu pela positiva e deu dignidade a um serviço mal-amado e, mesmo com a extinção sobre a cabeça, muitos foram os que continuaram a desempenhar as suas funções com o mesmo brilho profissional de sempre”, continuou a mesma fonte.
Os trabalhadores do SEF poderão iniciar uma greve em Abril.
José Luís Barão, director nacional adjunto, poderá ser o sucessor de Luís Botelho Miguel, até à extinção do serviço.