Direção “laranja” recusa coligação pré-eleitoral que “transformaria o CDS n’Os Verdes do PSD”

ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

A direção do PSD não está interessada numa coligação pré-eleitoral com o CDS. Alguns sociais-democratas não querem transformar o CDS n’Os Verdes do PSD”.

No final do passado mês, dentro da esfera ‘laranja’, falava-se na possibilidade de o partido coligar-se com o CDS para as próximas eleições legislativas. Entretanto, esta segunda-feira, Rui Rio admitiu negociar um acordo parlamentar com o PS para pelo menos meia legislatura, em caso de resultar das legislativas um governo minoritário de um dos dois partidos.

O líder social-democrata parece estar a apalpar terreno para as eleições legislativas de janeiro de 2022, percebendo com quem poderá contar para chegar ao poder. Enquanto o PS parece ser uma alternativa mais polémica, uma coligação pré-eleitoral com o CDS não seria tão inesperada.

Foi precisamente com isto em mente que Rio levou o tema à reunião da direção alargada do partido. Contudo, a Comissão Política Nacional “chumbou” uma eventual coligaçãocom o CDS, escreve o Observador.

Rui Rio defendeu que, entre outras coisas, uma pré-coligação eleitoral com o CDS salvaria o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos e seria útil às ambições eleitorais do PSD. O líder social-democrata só não foi confrontado com um chumbo, porque não levou formalmente a proposta a votos.

Alguns consideram que uma coligação pré-eleitoral com o CDS seria um gesto de “misericórdia” para com um partido em profunda crise e que transformaria o CDS n’Os Verdes do PSD. O PEV nunca se apresentou a votos sozinho, fazendo parte da coligação com o PCP.

Nuno Morais Sarmento, David Justino e André Coelho Lima foram, pelo menos, três das figuras que se manifestaram contra a coligação.

Este último, em entrevista ao Observador, já tinha dito que “o PSD deve apresentar-se a eleições como partido social-democrata como sempre fez, tirando quando esteve no governo coligado”.

Também Paulo Rangel, candidato à presidência do partido, defende a mesma posição.

Em entrevista à RTP3, Paulo Rangel defendeu que “o PSD se deve apresentar sozinho em eleições em 2022” e que vai “pedir uma maioria estável, se puder ser maioria absoluta tanto melhor, se tivermos ser liderantes de um Governo que tenha [outras forças] é o que faremos”.

Por outro lado, há quem sublinhe que a aliança estratégica com o CDS pode vir a dar frutos. O pacto entre os dois partidos é visto pelo núcleo duro do PSD como um “ato de caridade”. Existe a perfeita consciência de que os centristas, indo sozinhos a votos, correm o risco de obter um resultado ainda pior do que o registado por Assunção Cristas em 2019.

Daniel Costa, ZAP //

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