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Segunda-feira foi o dia mais quente de sempre na Terra (e vem aí o El Niño)

Ian Langsdon / EPA

Segunda-feira, 3 de Julho de 2023. Mas o recorde neste dia histórico pode ser superado ainda neste Verão, por causa do El Niño.

O dia de segunda-feira foi o mais quente alguma vez medido em termos mundiais, superando pela primeira vez a barra da média dos 17 graus centígrados (ºC), segundo as primeiras medidas feitas na terça-feira por uma agência norte-americana.

A temperatura média diária do ar na superfície do planeta em 3 de julho foi medida em 17,01°C por um serviço da Agência dos EUA para a Atmosfera e os Oceanos (NOAA, na sigla em inglês).

Este valor supera o recorde diário precedente (16,92°C) estabelecido em 24 de julho de 2022, segundo os dados dos centros nacionais de previsão ambiental da NOAA, que remontam a 1979.

A temperatura do ar, que oscila entre cerca de 12ºC e 17ºC em termos de média diária ao longo do ano, foi de 16,20ºC no início de julho entre 1979 e 2000.

Este recorde, que ainda tem de ser corroborado por outras medições, pode ser rapidamente superado, quando o Hemisfério Norte começa a estação estival e a temperatura média mundial continua a subir por regra até ao fim de julho, início de agosto.

Já no início de junho, as temperaturas médias mundiais foram as mais quentes algumas vez registadas no período pelo serviço europeu Copernicus, batendo os anteriores recordes com uma “margem substancial”.

Estas observações são provavelmente uma antecipação do que aí vem com o fenómeno designado El Niño — geralmente associado a um aumento das temperaturas à escala mundial —, complementado com os efeitos do aquecimento climático causado pela atividade humana.

Segundo dados da NOAA divulgados esta quarta-feira, o El Niño tende a piorar e “poderá desencadear mais calor extremo”.

Em 8 de junho, a NOAA tinha anunciado a chegada oficial de El Niño, garantindo que “poderia conduzir a novos recordes de temperatura” em algumas regiões.

Em junho, vários recordes foram batidos na Ásia e o Reino Unido conheceu o seu mês de Junho mais quente alguma vez registado, enquanto o México foi atravessado por uma vaga de calor extremo.

Em Portugal, no entanto, este não será o verão mais quente de sempre, segundo uma previsão de Mário Marques, climatologista do Plano Clima, mas “terá os seus períodos quentes”.

O Algarve será a região com as temperaturas mínimas mais altas, que poderão ser quase equatoriais, portanto, temperaturas mínimas que poderão não baixar dos 25 graus durante as 6, 7 horas da manhã, que é o período normalmente mais fresco”, diz o climatologista.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, uma agência especializada da Organização das Nações Unidas, há uma probabilidade de 66% de a temperatura média mundial perto da superfície superar temporariamente em 1,5ºC os níveis pré-industriais durante um mês entre 2023 e 2027.

O ano de 2022 foi o oitavo consecutivo onde as temperaturas médias mundiais foram superiores em pelo menos um grau aos níveis observados entre 1850 e 1900.

ZAP // Lusa

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