A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a preparar um manual com regras sanitárias para o regresso às aulas, revelou esta segunda-feira o secretário de Estado da Saúde, frisando que as recomendações serão aplicáveis a todos os estabelecimentos de ensino, sejam estes públicos ou privados.
Em conferência de imprensa, António Lacerda Sales referiu que o manual “fará ligação entre autoridades locais de saúde e agrupamentos de escolas”.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, na mesma conferência de imprensa, detalhou que o documento “colocará todos os intervenientes em comunicação“, ficando definido “quem telefona a quem” caso seja registado um caso positivo de covid-19 nas escolas.
“Pretende-se que a intervenção nas escolas seja focada e direcionada, para perturbar o mínimo possível o ano letivo”, afirmou Graça Freitas.
Lacerda Sales frisou ainda que a responsabilidade de fazer cumprir as regras caberá às próprias escolas. “Não podemos pôr um polícia para cada criança”.
“No regresso ao trabalho, às escolas, temos de fazê-lo com a maior das cautelas, mas nada poderá nem deverá ser igual ao que aconteceu na primeira fase”, disse António Lacerda Sales, garantindo que o país está agora “mais preparado”.
“Não haver pânico nem tendência de encerrar toda uma escola” é o foco do documento que, segundo Graça Freitas, será conhecido a 7 de setembro, uma semana antes do arranque do ano letivo, que está previsto entre os dias 14 e 17 de setembro.
Também o primeiro-ministro, António Costa, frisou esta segunda-feira, na durante a Conferência Nacional do PS, que decorre em Coimbra, que as escolas não fecharão com um caso positivo identificado. “As escolas não podem encerrar nem podemos ter o nível de ensino a distância que tivemos no ano passado”.
“A escola pública e o ensino presencial são fundamentais. É essencial que organizemos em cada agrupamento de escolas, e em cada estabelecimento, planos de contingência para responder ao que é preciso: vai sempre haver um aluno ou um professor contaminado, temos de evitar que um aluno infetado não seja sinal de que a escola toda vá fechar”.
Três mortos e 244 novas infeções associadas à covid-19 foram registados nas últimas 24 horas em Portugal, estando agora contabilizados 58.012 casos desde o início da pandemia, segundo o boletim epidemiológico da DGS.