A Direção-Geral da Saúde divulgou esta terça-feira um guia para prevenir o aparecimento de doença mental nos locais de trabalho.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou esta terça-feira um guia para minimizar os riscos para a saúde mental nos locais de trabalho. A iniciativa surgiu por “as situações de stress, de depressão, de ansiedade ou de burnout” serem atualmente muito comuns nos trabalhadores, tendo em conta “a enorme pressão” que existe para “responder às exigências do trabalho moderno e à atual situação pandémica”.
O documento tem como objetivo “melhorar a intervenção preventiva” em contexto laboral e “identificar e promover boas práticas, não só ao nível da prevenção mas também na promoção da saúde dos trabalhadores”.
Segundo a DGS, os maiores fatores de risco para a saúde mental são a “monotonia do trabalho”, “repetitividade de tarefas”, falta de “autonomia ou de controlo sobre o trabalho”, turnos ou horário noturno, falta de suporte social e conflitos laborais.
Além disso, os ambientes de trabalho “inadequados” têm efeitos negativos para a saúde dos trabalhadores, que pode ser agravada “pela definição de objetivos pouco realistas, pela urgência em alcançar resultados, pelas longas horas de trabalho e ainda por contratos precários”.
Sendo a prevenção do aparecimento de patologia mental o principal objetivo do guia, são apresentadas, no final do documento, medidas nessa área e de promoção da saúde mental, em termos individuais e coletivos.
No entanto, em declarações ao Expresso,o bastonário da Ordem dos Psicólogos refere que o documento “só é útil se Governo, Parlamento e organizações não o colocarem na gaveta”.
“Tenho curiosidade para saber se o Governo, a Assembleia da República e as organizações em geral vão continuar a arranjar desculpas para adiar decisões que criem condições para a prevenção de riscos psicossociais e promoção da saúde mental nos locais de trabalho que são consensuais entre as diversas áreas científicas e técnicas”, disse ainda Francisco Miranda Rodrigues.