A Direção-Geral da Saúde (DGS) desaconselhou esta quinta-feira o uso de cigarros eletrónicos, por conterem nomeadamente substâncias associadas a lesões pulmonares. O alerta surge depois de os Estados Unidos terem reportado 47 casos mortais ligados à utilização destes dispositivos.
Numa nota à imprensa, a DGS e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) desaconselham, em particular, o uso de cigarros eletrónicos que têm líquidos que contêm canabidiol e outros derivados de canábis, acetato de vitamina E e o aromatizante diacetil, substâncias que “parecem ser associadas a lesões pulmonares” comunicadas por vários países, como Estados Unidos, Canadá, Filipinas, Bélgica e Suécia.
A nota refere, citando os dados mais recentes, de 21 de novembro, do Centro de Controlo e Prevenção da Doença norte-americano, que nos Estados Unidos foram identificados, desde agosto, 2.290 casos de doença pulmonar grave, incluindo 47 óbitos, associados ao uso de cigarros eletrónicos ou ‘vaping’ (vaporização de substâncias).
“Casos semelhantes estão atualmente em investigação no Canadá, nas Filipinas, na Bélgica e na Suécia”, adiantam a DGS e o SICAD, assinalando que a “situação tem vindo a ser discutida ao nível da Comissão Europeia, em termos de avaliação e gestão de risco e eventuais medidas a adotar”.
A DGS e o SICAD avisam que “não existem cigarros eletrónicos nem produtos de tabaco seguros, nomeadamente tabaco aquecido”, pois “apresentam riscos para a saúde e não devem ser consumidos”.
Os consumidores de cigarros eletrónicos “devem estar atentos e procurar um médico imediatamente” se tiverem tosse, falta de ar, dor no peito, febre, calafrios, náuseas, vómitos, dor abdominal ou diarreia, sintomas que “podem desenvolver-se ao longo de alguns dias ou várias semanas”, frisa a nota.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, os adultos que usam cigarros eletrónicos para deixar de fumar “não devem voltar a fumar“, devendo antes procurar apoio médico, consultas de cessação tabágica ou tratamentos de substituição de nicotina aprovados pelo regulador do medicamento (Infarmed).
Tabaco aquecido é “melhor alternativa”
A Tabaqueira defendeu que o tabaco aquecido é uma “melhor alternativa” para os fumadores, apesar de ser prejudicial para a saúde.
“Não sendo o tabaco aquecido um produto inócuo ou isento de riscos, consiste, não obstante, numa melhor alternativa para eles [fumadores] do que os cigarros”, refere a fabricante nacional de cigarros, subsidiária da Philip Morris International.
A empresa reagia assim, em comunicado, à Direção-Geral da Saúde e ao Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
A Tabaqueira cita “evidência científica independente”, entidades como o regulador do medicamento norte-americano e laboratórios da rede TobLabNet, da Organização Mundial de Saúde, para justificar o recurso ao tabaco aquecido, “uma solução sensata” para os fumadores. “Estamos absolutamente de acordo que a melhor opção é não começar a fumar e, para os fumadores, é deixar completamente de usar produtos de tabaco ou com nicotina. No entanto, a realidade é que muitos não o irão fazer”.
“Estes fumadores merecem uma solução sensata baseada em evidência e não simplesmente mensagens que podem afastá-los de melhores opções do que fumar cigarros”, refere o diretor-geral da Tabaqueira, Miguel Matos, citado no comunicado.
// Lusa
Também não é seguro andar na estrada.
falta saber a proporçao de nao ser seguro ,pois no fundo a maioria das coisas que fazemos nao sao seguras ! em comparaçao com o tabaco normal ,qual a tabela !