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“Vamos libertar os portugueses”. DGS vai acabar com os boletins diários da covid-19

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Numa entrevista ao Público, a Diretora-Geral de Saúde sublinhou que, numa altura em que a pandemia está a começar a ser controlada, muitas das regras que estão em vigor poderão vir a desaparecer brevemente.

O regresso à normalidade foi um dos assuntos que marcou a entrevista de Graça Freitas – que contou ainda com a participação do púbico em geral.

Graça Freitas referiu que cerca de 80% da população já tem a vacinação completa – e 85% já recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 – sendo que este marco dá segurança à responsável da DGS para afirmar que há muitos aspetos da vida diária que estão prestes a regressar aos moldes pré-pandemia. Um desses casos é o das creches.

Atualmente, os pais não conseguem entrar com as crianças na escola e fazer o acompanhamento habitual – regra que pode ser alterada brevemente.

Graça Freitas garantiu que a DGS está a acompanhar o início do novo ano escolar nas creches com “passos pequenos e cautelosos” e pediu “um pouco mais de paciência” aos pais.

No entanto, no que diz respeito às regras de utilização de máscara nas escolas, mostrou-se menos flexível. “No recreio normal em que só estou a falar com os meus amigos e colegas ainda se justifica a utilização de máscara”, lembrou, depois de a DGS ter recomendado o uso de máscara em espaços exteriores e em recreios escolares.

A diretora-geral de saúde foi ainda questionada sobre a possibilidade da DGS começar a distinguir pessoas vacinadas de não vacinadas no que diz respeito ao isolamento depois do contacto com um caso positivo. Graça Freitas respondeu que este tema será discutido na próxima reunião do Infarmed – que junta membros do Governo e especialistas em saúde pública – que se realiza já esta quinta-feira.

Contudo, a responsável antecipou que a norma está feita, mas aguarda o momento certo para ser publicada. Neste âmbito, a diretora-geral da saúde destaca “três fatores muito importantes” que é necessário conjugar para que haja uma mudança nos critérios: a vacinação, a epidemia e a entrada no inverno.

Adiantou ainda que caso os vacinados, sem outros riscos associados, tenham um contacto de risco e não façam isolamento, “o risco não é zero”. Caberá à própria pessoa que nos próximos 14 dias tem de diminuir contactos e monitorizar os seus sintomas, destacou.

Um outro ponto de viragem será ainda o fim dos boletins diários da covid-19. A DGS vai acabar com os documentos que todos os dias informam o público do número de casos, mortes e internamentos pela pandemia, mas ainda não escolheu uma data para avançar com essa intenção.

“Vamos tender a voltar à nossa vida como era em 2019”, referiu Graça Freitas.

Assim, o foco da DGS “vai tender a ser na doença propriamente dita e não tanto na infeção”. Para isso, o boletim vai deixar de ser diário, para “libertar os portugueses” do peso dos números. “Queremos aumentar o intervalo desta publicação, sendo que, sempre que acontecer alguma coisa inesperada, comunicaremos”, afirma a responsável.

“Vamos libertar os portugueses desta carga que é recordar todos os dias quantos casos, quantos internamentos, porque isso também dá um peso à nossa vida”, rematou.

Ana Isabel Moura, ZAP //

8 Comments

  1. Pessoalmente, não sinto “peso” nenhum em saber diariamente o número de infectados e de mortos. Não me afecta psicologicamente e até é uma forma de saber a evolução da pandemia. Retirar ou escalonar esta informação, é retirar conhecimento a quem possui interesse na matéria e que não possui acesso a outros meios de informação. É como deixarem de ser publicados, diariamente, boletins meteorológicos. Para quê? Se as pessoas querem saber como está o tempo, vão à janela, olham para o céu, tem nuvens, chove, está Sol, faz calor…

  2. No site da DGS a informação deverá continuar a ser fornecida.
    Ou a DGS prepara-se para omitir informação importante aos portugueses ??

  3. Toca a ganhar votos

    As pessoas não tem direito á informação? Agora se der cagada não vamos saber quantas pessoas morreram e estao infetadas?

  4. Querem tapar-nos os olhos com a peneira.
    Não sejamos ingénuos. Basta olharmos para as Televisões ou Jornais, ou é o Costa ou é a Graça que constantemente em entrevistas nos querem dar uma lavagem ao cérebro.
    A putativa Temido tem andado muito resguardada. Desde que começou a sonhar alto, deve estar a preparar o discurso para que o Costa pela a demissão como este fez com o Seguro.
    Ao quererem acabar com os boletins diários é para que os Portugueses desconheçam a realidade.

  5. Muito obrigado, minha senhora. Podia ter feito isso antes, mas a campanha do medo a tal obrigava. Da mesma forma, vai ser muito conveniente escamotear os números de afectados pelos efeitos secundários das “vacinas” no próximo Outono.

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