Guillaume Horcajuelo/EPA
Gisèle Pelicot
Foi detido o fundador do Coco, site onde o francês Dominique Pelicot recrutou estranhos para violarem a então mulher, Gisèle, num caso que abalou a França.
Isaac Steidl, de 44 anos, está sob custódia judicial para ser interrogado devido à utilização do site para cometer actos como violação, homicídio e pedofilia, entre outros.
A rádio France Info 3 refere que Steidl que reside no exterior de França, aceitou voltar ao país para ser interrogado.
O Coco foi encerrado pelas autoridades francesas em Junho de 2024, altura em que se iniciou uma investigação ao site no âmbito das suspeitas contra Dominique Pelicot, de 72 anos.
O septuagenário foi condenado a 20 anos de prisão em Dezembro passado, por recrutar mais de 80 homens para violarem a então esposa enquanto esta estava inconsciente devido a medicamentos que lhe administrava.
Os abusos ocorreram durante quase uma década, entre 2011 e 2020.
Os 50 homens que foi possível identificar como violadores, através de vídeos e fotografias registados pelo próprio Dominique Pelicot, foram também condenados a penas de prisão entre três e 15 anos.
Agora, os responsáveis do site enfrentam também a justiça no âmbito de uma investigação “contra a criminalidade organizada“, como refere o Ministério Público (MP) de Paris citado pela France Info 3.
“Esta plataforma foi utilizada para cometer inúmeros crimes” como “facilitador” para “actos de pedocriminalidade, proxenetismo, prostituição, violação, venda de narcóticos, emboscadas ou mesmo homicídios”, aponta o MP.
Outro dos casos conhecidos que envolvem o Coco, além do de Giséle Pelicot, ocorreu em 2024, quando um homem de 22 anos foi espancado até à morte por um grupo de jovens depois de ter marcado um encontro, através do site, com uma suposta rapariga.
A imprensa francesa refere que Steidl criou o site em 2003, com a ajuda dos pais, investindo dois mil euros no projecto após se ter formado como engenheiro informático.
A ideia era criar um site para encontros românticos, mas o Coco acabou por se tornar num antro de pedófilos e traficantes de droga, entre outros criminosos.
Após a detenção de Pelicot, o site francês foi transferido para um endereço online registado em Guernsey, nas Ilhas do Canal.
A polícia também congelou cinco milhões de euros em contas bancárias associadas ao site, em países como Hungria, Lituânia, Alemanha e Países Baixos.
