Detido no Brasil secretário de saúde suspeito de fraude na compra de testes

António Lacerda / EPA

O secretário de saúde do Distrito Federal, unidade da federação onde está localizada a capital do Brasil, foi detido hoje na operação Falso Negativo, que investiga supostas irregularidades na compra de testes para detetar o novo coronavírus.

O secretário Francisco Araújo foi preso preventivamente. Os agentes da polícia também cumprem 44 mandados de busca e apreensão e sete de prisão nos estados brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Araújo é suspeito de participar num esquema que investiga o desvio de 30 milhões de reais (4,5 milhões de euros) em contratos para aquisição de testes clínicos destinados à deteção do novo coronavírus.

O processo corre em sigilo de justiça, mas os ‘media’ locais destacam que além da alegada supervalorização dos contratos as autoridades também investigam a baixa qualidade dos testes adquiridos, que podem dar falso resultado negativo.

Os investigados nesta operação são suspeitos de cometerem crimes como fraude em licitação, organização criminosa, corrupção, branqueamento de capitais e cartel.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 3,6 milhões de casos e 115.309 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 813 mil mortos e infetou mais de 23,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

// Lusa

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